UBM rechaça detenção arbitrária de líder feminista colombiana

A atual vice-presidenta da Federação Democrática Internacional de Mulheres e ex-senadora da Colômbia, Glória Inéz Ramírez, foi detida no aeroporto de Cidade do México na última quinta-feira (23) devido a um alerta da embaixada norte-americana de que ela representa “perigo para a segurança dos Estados Unidos”. A União Brasileira de Mulheres (UBM) repudia a ação arbitrária e envia solidariedade à ativista feminista.

Glória Inés Ramírez - Reprodução

Além de Glória, também foi detido o sociólogo e político argentino Atílio Borón. Eles estavam no México para participar do 21º Seminário Internacional “Os partidos e uma nova sociedade”.

Gloria Inés Ramírez é conhecida como incansável defensora dos direitos das mulheres, dos direitos humanos e ativista pela paz. É vice-presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) e exerceu dois mandatos como senadora da Colômbia, sendo eleita em 2006 e, posteriormente em 2010. Foi autora da mais importante lei que tipificou o feminicídio na Colômbia, conhecida como “Lei Rosa Elvira Cely”. Esse lei tipifica o feminicídio como um delito autônomo para fortalecer o marco jurídico que garante o direito das mulheres a uma vida livre de violências, o que foi estabelecido pela lei n.1257/2008.

Leia a nota da UBM na íntegra:

Repúdio à Perseguição Política à vice-presidente da FDIM, Glória Inés Ramírez

A União Brasileira de Mulheres (UBM) repudia a retenção arbitrária da vice-presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) e ex-senadora da Colômbia, Gloria Inés Ramírez, efetuada pelas autoridades de imigração no aeroporto da Cidade do México, no dia 23/03, onde foi informada da existência de um alerta da embaixada norte-americana naquele país que a declarava como uma pessoa perigosa para a segurança dos Estados Unidos.

Na ocasião, também foi detido o político e sociólogo argentino Atilio Borón. As duas lideranças políticas de renome internacional desembarcavam em solo mexicano para participar do 21º Seminário Internacional “Los partidos y una nueva sociedad”.

A retenção ocorreu pelo período de três horas e não é a primeira vez que o fato acontece com Gloria Inés Ramirez. No ano passado, em viagem a Cuba, com escala na Cidade do Panamá, a líder feminista sofreu episódio similar e, como no México, foi interrogada por suas atividades e militância política – o que demonstra atitude de perseguição e criminalização de lideranças dos movimentos sociais na América Latina que temos denunciado cotidianamente.

Gloria Inés Ramírez é conhecida como incansável defensora dos direitos das mulheres, dos direitos humanos e ativista pela paz. É vice-presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres (FDIM) e exerceu dois mandatos como senadora da Colômbia, sendo eleita em 2006 e, posteriormente em 2010. Foi autora da mais importante lei que tipificou o feminicídio na Colômbia – lei n. 107/2013, conhecida como “Lei Rosa Elvira Cely”. Esse lei tipifica o feminicídio como um delito autônomo para fortalecer o marco jurídico que garante o direito das mulheres a uma vida livre de violências, o que foi estabelecido pela lei n.1257/2008.

Pelos fatos explicitados, conclamamos a proteção dos organismos defensores dos direitos humanos e do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (EACDH)  Glória Inés Ramirez para que sejam findados esses fatos de perseguição política que violam as liberdades constitucionais e os direitos humanos.

Expressamos aqui a nossa solidariedade à brava e combativa companheira Glória Inés Ramirez que não se intimida diante dessas ameaças, mantendo-se firme na luta pela construção de um mundo de paz com equidade de gênero.

Em 24 março 2017

União Brasileira de Mulheres/UBM