Campanha Chega de Fiu Fiu vai virar filme

A campanha idealizada pela organização feminista Think Olga em 2014, Chega de Fiu Fiu, cresceu tanto que vai virar um filme com o mesmo nome. O longa-metragem ainda não tem data de lançamento, mas o trailer já deixa claro que as diretoras Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão vão com tudo contra o machismo.

Chega de Fiu Fiu, o filme - Divulgação

Chega de Fiu Fiu, o Filme levanta o debate sobre o direito das mulheres à cidade, ao espaço público, o direito de viver sem ouvir cantada ou sofrer qualquer outro tipo de violência pelo fato de ser mulher.

Três mulheres de cidades diferentes são as personagens do longa: Rosa Luz de Brasília, Raquel Carvalho de Salvador e Teresa Chaves de São Paulo. Além delas, especialistas e homens foram ouvidos para compor a narrativa.

Segundo Amanda, e um filme sensível, emocionante e profundo, feito por e para mulheres com o objetivo de fazer as pessoas entenderem que não se trata de “mimimi”, e sim da liberdade feminina.

“Entraves como a falta de iluminação, lugares ermos, a dificuldade de mobilidade, longas distâncias na locomoção de casa ao trabalho, ausência de creches e péssimo atendimento em serviços de saúde e segurança seguem como catracas visíveis e invisíveis do acesso as mulheres às cidades. Tais entraves revelam o quanto as cidades foram construídas sem a perspectiva de gênero e agravam ainda mais as violências sofridas pelas mulheres, como o assédio. O filme é um retrato dessa violência de gênero em um contexto ainda pouquíssimo explorado: o espaço público. A pergunta que nos fizemos ao longo de todo o filme é ‘qual é o lugar das mulheres nas cidades’?”, explica Amanda.

“Não só a entrevista com três personagens, mas a dinâmica de cada uma delas com suas cidades foi nos ajudando a construir o argumento real do filme. Ao longo do projeto, criamos alguns artifícios de filmagem como o óculos-espião, o que nos permitiu explorar de maneira muito forte o modo como o corpo é percebido no espaço público. Dessa forma, as personagens puderam também se utilizar de um instrumento de denúncia. E, em adição, o próprio corpo delas se tornou uma ferramenta dessa narrativa. Em suma, convidamos essas mulheres a colaborar com o documentário de fato e isso nos trouxe ainda mais verdade e emoção”, conta Fernanda Frazão.

O orçamento do filme é fruto de uma das mais bem sucedidas campanhas de financiamento coletivo do Catarse.

Assista ao trailer: