Fracasso: Assim foram as manifestações do Vem Pra Rua e MBL

 As manifestações realizadas, ontem (26), por organizações que ficaram conhecidas pelo apoio ao golpe na presidenta Dilma, como "Vem Pra Rua" e "Movimento Brasil Livre – MBL", foram completamente esvaziadas. Sem pedir "Fora Temer" e nem se posicionar contrariamente às reformas da previdência e trabalhista, foram abandonados pela multidão de outrora.

Manifestação esvaziada

 Os organizadores do ato na capital de São Paulo não divulgaram o número de presentes. Mas não foi dificil notar seu fracasso. Exceto uma pequena aglomeração junto ao carro de som do "Vem Pra Rua", situado em frente ao MASP, os demais pontos da avenida Paulista onde estavam localizados os demais carros de som de outras organizações contaram com a presença de poucas dezenas de pessoas. Nem o público que frequenta a "Paulista Aberta" aos domingos se somou aos manifestantes.

A tentativa de resgatarem a chamada disputa das ruas foi fracassada. Se em 2015 atraíram, com o apoio da grande mídia, verdadeiras multidões para suas atividades, agora se viram abandonados. Convocada para responder às mobilizações realizadas pelos movimentos sociais no último dia 15 de março, que reuniu cerca de 300 mil pessoas na mesma avenida Paulista, a ação organizada pelos grupos que deram lastro social ao golpe perdeu, quase por completo, a adesão que tinham.

As pautas apresentadas pelas organizações responsáveis pela atividade indicam o motivo de terem sido ignorados. A continuidade do combate à corrupção, dessa vez manifestada com o repúdio à anistia do caixa 2, o fim do foro privilegiado, a defesa do voto em lista fechada (quando o eleitor vota numa lista previamente definida pelos partidos) e o apoio à operação "Lava Jato" foram os temas colocados como centrais pelos organizadores.

O fato de não questionarem nenhuma das reformas de Temer, que penalizam a grande maioria da população, deixou claro o papel desses grupos. Além disso, indicam uma virada na situação política do país. Se antes havia uma polarização entre quem combatia o golpe e quem defendia a saída de Dilma, agora há uma unificação em torno da defesa dos direitos sociais que estão ameaçados pelo governo Temer, abertamente defendido pelas organizações que convocaram as atividades de ontem.