Rússia lamenta as novas sanções dos EUA contra si

Rússia lamentou a aplicação de novas sanções unilaterais por Estados Unidos contra um grupo de empresas deste país, mas descartou que possam lhe causar sérios danos.

Presidente da Rússia, Vladímir Pútin - Sputnik/ Serguei Guneiev

A decisão de impor restrições a várias organizações russas, incluídas as da esfera de construção de aviões e de preparação de pilotos, provoca confusão e desencanto, declarou a porta-voz da Chancelaria russa, María Zajarova.

Por suposto que o novo pacote de sanções não causará sérios problemas a Rússia, mas os estadunidenses nem sequer mencionaram as causas e só se remeteram a sua legislação que lhes proíbe a eles comerciar com Irã e Síria, comentou Zajarova em Facebook.

A Casa Branca anunciou sanções contra oito companhias russas, uma medida que justificaram com a violação por Moscou da lei norte-americana de não proliferação de armas de destruição em massa no caso da Síria, Irã ou a República Popular Democrática da Coreia.

Dessa lei fica excetuado, no entanto, Israel, que se nega a reconhecer oficialmente a posse de umas 200 ogivas nucleares, cujo desenvolvimento e produção se realizou em seu tempo com colaboração do Reino Unido, segundo a imprensa especializada.

As restrições afetam ao consórcio estatal Rosoboronexport, a união Aviaexport, o Buró de Construção de Maquinarias, Bazalt, o Instituto de Aviação Civil de Ulianov 'Marechal Bugaev' e o Centro de Treinamento da Aviação Civil dos Urais.

A isso se soma a Academia de Aviação Militar 'Zukovski e Gagarin' e a Fábrica de Reparos Aéreos número 150.

Tudo isso parece estar dirigido a frear o desenvolvimento do potencial da indústria aeroespacial russa, cujos aparelhos mostraram efetividade na Síria e agora gozam de demanda no mercado bélico.

Para o vice chefe do comitê de Relações Internacionais da Duma (câmera baixa russa), Dmitri Novikov, o aplicativo das sanções significa que a linha anti russa de Washington continua, ainda após chegar Donald Trump à presidência estadunidense.

Ocidente mantém-se no marco de sua política anti russa. As novas restrições indicam que a linha defendida por Trump durante a campanha eleitoral do passado ano para melhorar os laços com Rússia, de nenhuma forma se põe em prática, apontou.