Comunistas colombianos propõe projeto democrático nacional

O Partido Comunista da Colômbia (PCC) propôs na plenária que acaba de concluir um projecto democrático nacional destinado a preservar os acordos de paz estabelecidos entre o governo e as FARC-EP.

Bandeira da Colômbia - Efe

Esse objetivo foi explicado pelo secretário geral desse grupo político, Jaime Caicedo, quem afirmou que para isso há que melhorar o ambiente adverso de marginalização e isolamento da esquerda, um efeito de polarização ainda não superado, apesar do acordo de paz.

Há obstáculos e a isso se soma a falta de vontade para se unir, o sectarismo, as divisões, o menosprezo em relação aos acontecimentos históricos e o apoio às práticas de anti-comunismo que caracterizam o ambiente político nacional, expressou Caycedo em referência à necessidade de intensificar os esforços para alcançar a unidade nacional.

Acrescentou que existe uma alta dispersão entre as forças populares, convocadas chamadas a uma nova reorganização, com o crescimento da esquerda e sua maior qualificação na luta política e de massas.

Explicou que o novo projeto democrático proposto pelo Pleno do PCC deve marcar história, que não seja só cojuntural, pois implica a implementação dos acordos de paz e a reincorporação à vida democrática do movimento insurgente com plenas garantias.

Também se referiu ao objetivo de construir uma visão alternativa contra o regime político tradicional, que vá além dos cálculos a curto prazo e sem disputas ideológicas.

Caycedo citou os comícios eleitorais do próximo ano na Colômbia, nos quais – disse – está em jogo a manutenção da paz com a abertura democrática ou podemos correr o risco de estancamento e retrocesso. Em relação ao cumprimento do itinerário dos acordos de paz, afirmou que as FARC-EP tomam com seriedade suas responsabilidades, enquanto o Executivo passa por cima de seus compromissos e continua como querendo impor renegociações.

Explicou que assim o acordo de paz fica paralisado no tempo e, em sua materialização, as consequências vão ser negativas para todos.

Nesse sentido, falou sobre a incapacidade do Estado e as limitações das forças do exército para combater grupos paramilitares. Não pode haver implementação do acordo com a permissividade do paramilitarismo, explicou.