Em três anos, Lava Jato deixa rastro de mais de 740 mil demissões

A Operação Lava Jato completou três anos de existência no último dia 17, contabilizando impactos desastrosos sobre uma economia já debilitada. De acordo com levantamento do Valor Econômico, divulgado nesta terça (21), apenas seis empreiteiras envolvidas nos escândalos demitiram mais de 300 mil pessoas desde o início da operação. No setor de óleo e gás, estima-se que 440 mil vagas tenham sido fechadas.

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Em números absolutos, entre as principais empresas envolvidas na Lava Jato, a que mais dispensou funcionários foi a Andrade Gutierrez. A companhia, que tinha 252,9 mil empregados em 2013, demitiu 144,9 mil. Proporcionalmente, a Engevix foi a que teve o quadro de trabalhadores mais afetado nesses três anos. Se antes tinha 3,4 mil, agora restaram 469.

Só na Odebrecht, cerca de 100 mil funcionários foram dispensados. Somando-se os cortes na Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e UTC, as demissões atingiram mais de 300 mil – isso sem contabilizar todas as vagas fechadas em 2016, já que nem todas as empresas enviaram ao Valor dados atualizados.

Ao ampliar a contagem do desemprego para outros setores, os resultados são assustadores. A Associação das Empresas de Serviços de Petróleo estima que a área de petróleo e gás – extremamente atingida pela Lava Jato – perdeu 440 mil empregos entre 2013 e 2016.