União Europeia vê com alívio derrota de extrema direita na Holanda

Com a promessa de abandonar a União Europeia e o euro, a moeda comum do bloco, Geert Wilders atraiu para si e para a Holanda as atenções da mídia internacional. Na eleição realizada nesta quarta-feira (15) o seu partido terminou na segunda colocação, perdendo para o partido do atual premiê, Mark Rutte, o que acalmou os líderes dos outros países do bloco.

Cartaz eleitoral em Roterdã

Ao vencer as eleições, o Partido Popular Liberal e Democrata do primeiro-ministro Mark Rutte definirá o chefe do governo, segundo resultados preliminares. O Partido pela Liberdade, de Geert Wilders, está na segunda posição, de acordo com os números apurados até a madrugada desta quinta (16).

Após o referendo no Reino Unido que aprovou o Brexit (saída da UE) e a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, no ano passado, as eleições na Holanda foram vistas como mais um teste na relação entre europeístas e aqueles que defendem, pela direita, o fim do bloco.

Em abril deste ano serão realizadas eleições na França e, em setembro, na Alemanha, pleitos que são considerados chave na questão da sobrevivência, por enquanto, da União Europeia.

A neofascista Marine Le Pen, que deu apoio aberto a Wilders, tem caído nas pesquisas mas ainda é apontada como favorita para o primeiro turno na França.

Angela Merkel, apesar do repúdio à política migratória por parte da população, ainda tem esperanças de conquistar uma vitória na eleição de setembro na Alemanha e continuar na Chancelaria.

Wilders recentemente foi acusado de receber dinheiro dos Estados Unidos, por meio de fundações patrocinadas pelo político de direita David Horowitz, e essa denúncia também contribuiu, segundo analistas holandeses, para a queda do apoio a seu partido.

As pesquisas de boca de urna projetam um parlamento mais dividido do que nunca, podendo ser necessários quatro ou mais partidos para obter a maioria de 76 deputados, dos 150 que compõem o parlamento.

A Holanda sempre teve um sistema político dividido. No último século, todos os executivos foram de coligação de dois ou três partidos. O último Parlamento é constituído por 11 forças políticas.

Para as eleições de 15 de março a Holanda decidiu conservar o tradicional boletim de voto com os nomes dos 1.114 candidatos onde a escolha se faz com um lápis vermelho. Os resultados deverão ser anunciados, pelo Conselho Eleitoral, a 21 de março.