Eleição na Holanda termina com projeção de premiê à frente

A eleição parlamentar desta quarta-feira (15) na Holanda foi encerrada às 20 horas, horário local, e deve apontar como vencedor o atual premiê Mark Rutte, de centro-direita. A expectativa em relação ao resultado é alta, devido ao grande barulho feito na mídia em torno do candidato direitista Geert Wilders.

Mark Rutte

Pesquisas de boca de urna realizadas durante a eleição apontam que o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD), do primeiro-ministro Mark Rutte, terá o maior número de cadeiras no Parlamento da Holanda. O número não é suficiente para formar governo. De acordo com as sondagens, o VVD deve conquistar 31 das 150 cadeiras.

Os direitistas de Wilders devem terminar em segundo lugar, junto com os cristão-democratas e o Partido Democrático D66, todos com 19 parlamentares.

O PVV não obteve o apoio que se desenhava no noticiário da grande mídia. A boca de urna indica que o maior vencedor será o Partido da Esquerda Verde, que deve passar de 4 para 16 deputados.

O Partido do Trabalho (PvdA), que está na atual coalizão de governo, sofreu uma dura derrota eleitoral e caiu de 38 para apenas nove parlamentares.

A eleição levantou o interesse da mídia por representar uma ameaça à União Europeia, com propaganda de partidos sinalizando a possibilidade de uma saída do país da federação continental. O candidato Wilders recebeu apoio da neofascista Marine Le Pen, da França, país que terá eleição em abril e no qual a direitista detém o favoritismo para o primeiro turno.

Esperava-se uma votação maior para Wilders, que tentou se aproveitar da onda antirrefugiados que varre a Europa e do crescente nacionalismo registrado nos países que compõem o bloco.

Wilders foi alvo de centenas de artigos e reportagens feitas sobre ele, seu passado obscuro, suas fontes financeiras duvidosas e seu sectarismo. Guardian, Le Monde, Wall Street Journal: todos o apresentaram como o inimigo da União Europeia, o iniciador de um possível "Nexit" (em alusão ao Brexit) e o propulsor do populismo de direita na Europa.

Porém, segundo as pesquisas mais recentes, 87% dos holandeses são contra Wilders. Isso impede tanto uma tomada de poder na Holanda como um movimento de massa contra a União Europeia.