Enquanto vazamentos correm soltos, Aécio ganha tarja preta no TSE

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que os trechos referentes ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) que constam no depoimento de Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora Odebrecht, seja tarjado nas transcrições nos autos do processo que pede a cassação da chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB).

Tarja Aécio Barbara Gancia - Reprodução

A determinação foi do ministro Herman Benjamin, relator da ação, refere-se a trecho da oitiva do ex-presidente da Construtora Norberto Odebrecht Benedicto Júnior que consta nos autos. O relator do caso considera 'lamentável' vazamento de declarações de delatores.

Nesta segunda (13), o juiz Sérgio Moro, responsável pelo processo da Operação Lava Jato em primeira instância, determinou que o depoimento do empresário Emílio Odebrecht, prestado também nesta segunda em Curitiba, fosse mantido em sigilo. Mas o conteúdo foi vazado à imprensa no mesmo dia, poucas horas depois de encerrada a audiência, por uma suposta "falha no sistema".

O ministro disse que o sigilo é uma circunstância "peculiar" que justifica "delimitação rigorosa do conteúdo do depoimento ao objeto estrito da demanda".

"Ademais, a despeito das reiteradas advertências deste corregedor quanto à necessidade de se preservar o sigilo dos depoimentos em questão, a realidade é que circunstâncias, perguntas e respostas ocorridas durante os atos processuais têm sido divulgadas ipsis litteris, o que, além de lamentável, aumenta a preocupação do juízo em evitar que fatos que extravasem o objeto da demanda sejam transcritos nos autos", afirmou o relator.

"Assim sendo, unicamente em razão de tais excepcionalidades, determino que os trechos do depoimento da testemunha Benedicto Barbosa da Silva Júnior, mencionados no requerimento oral dos representantes, sejam tarjados na transcrição disponibilizada nos autos", concluiu o ministro.

A decisão para ocultar às menções ao senador tucano atende a pedidos dos advogados do PSDB que reclamam de "indevida exploração política patrocinada junto à imprensa, com a finalidade exclusiva de causar danos à imagem do PSDB, e ao seu presidente, Aécio Neves".

Nas redes sociais, a decisão de cobrir o nome de Aécio virou motivo de piada: