"Mulheres à luta!", conclama Vanessa Grazziotin

A senadora Vanessa Grazziotin dedicou a sua coluna desta terça-feira (7), no jornal Folha de S. Paulo, para falar sobre o 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, e a atual conjuntura política do país. A parlamentar destaca que a data é resultado da luta contra o preconceito e desmistifica o conceito de feminismo.

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Segundo ela, há uma incompreensão sobre o significado do feminismo atualmente. "O ser feminista é, portanto, um molde que deveria vestir todas e todos, pois, apesar dos avanços, muito ainda precisa ser modificado nessa história. O mundo vem assistindo ao surgimento de fortes e amplos movimentos na defesa dos direitos e contra a discriminação".

A senadora resgata que em 2015, as mulheres ocuparam as ruas protestando contra o projeto de lei do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB), que impunha constrangimentos às vítimas de estupro, e destaca o levante do movimento de mulheres em outros países.

"Na Argentina, desde que a jovem Lucia Perez foi violentada e morta, em 2016, fortaleceu-se a campanha "Ni una a menos", greves e manifestações se espalharam por vários países. Nos EUA, em 21 de janeiro, a histórica Marcha das Mulheres contra Trump e os retrocessos nos direitos sociais mobilizou e levou às ruas mais pessoas que a posse do presidente no dia anterior. Movimento de massas só visto durante a Guerra do Vietnã e as jornadas em defesa dos direitos civis", frisou.

E acrescenta: "É com esse sentimento de luta que se organiza para esta quarta (8) uma greve geral contra a intolerância, a sobrecarga de trabalho, os salários inferiores, a sub-representação política e a violência doméstica".

A senadora comunista também abordou as medidas o governo de Michel Temer que, de acordo com ela, tem efeito devastador para o povo brasileiro. Para ela, a reforma da Previdência, por exemplo, "será ainda mais dramática para as mulheres".

"A exigência dos mesmos 49 anos de contribuição e 65 de idade para se aposentar desconsidera a tripla jornada, os salários inferiores e o prejuízo em suas carreiras pelo simples fato de exercerem a mais nobre de todas as funções da humanidade: a maternidade", rechaça.

E finaliza: "Nós, mulheres, que sentimos a dor diária da discriminação, sabemos que não teremos avanços sem uma forte mobilização. Uma sociedade justa é uma sociedade que respeita as diferenças sem promover desigualdades. Amanhã é Dia da Mulher, dia de gritar, protestar, dia de parar. Mulheres à luta!".