Centrais "desfilam" contra juros altos até sede da presidência  

As Centrais Força Sindical, UGT, Nova Central e CGTB realizaram nesta quarta (22) mais um ato contra os juros altos. A manifestação em frente ao Banco Central, em São Paulo, teve o objetivo de pressionar o Comitê de Política Monetária (Copom) a reduzir a taxa básica de juros de forma mais acentuada. O protesto foi encerrado com um “desfile” pela avenida, que saiu do prédio do Banco Central e seguiu até o escritório da presidência da República.

Bloco dos juros baixos centrais - Jaélcio Santana

Atualmente em 13% ao ano, a taxa Selic mantém o juro real no Brasil como o mais alto do mundo. O BC iniciou o ciclo de reduções na Selic em outubro do ano passado, com um corte de 0,25 ponto percentual, baixando a taxa para 14% ao ano. Foi o primeiro corte em quatro anos. Na última reunião de 2016, em novembro, houve novo corte de 0,25 ponto percentual.

Em um protesto bem humorado, os sindicalista levaram para a avenida Paulista o “Bloco dos Juros Baixos”. No desfile, acompanhado pela bateria da Escola de Samba Imperador do Ipiranga, eles exibiram faixas e cartazes, condenando a política de juros altos do governo.

Para o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), apesar de irreverente, o protesto traz uma mensagem muito séria. "É preciso abaixar esses juros urgente. Oficialmente o Brasil tem hoje mais de 12 milhões de desempregados. Isso é o mesmo que dizer que toda a população de São Paulo não tem emprego. Esse quadro tem que ser revertido, mas com juros altos não dá", explica.

O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, Josinaldo José de Barros, destaca: "O Brasil pratica os juros reais mais altos do mundo. Isso asfixia a produção, promove o desemprego e transfere renda pra quem não trabalha, que são os especuladores”.

Cremilda Bastos, diretora do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, diz que as mulheres sofrem mais com o desemprego e os juros altos. "Se já estava difícil mulher conseguir emprego, imagine com essa crise. Muitas mães trabalhadoras estão desempregadas e sem nenhuma perspectiva de futuro", afirma.