CTB: Trâmite para discutir reforma da Previdência "despreza diálogo"
"Não aceitaremos que acabem com o maior programa de distribuição e interiorização da renda no país", avisou. A declaração é o dirigente da CTB e presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Gilson Reis durante audiência pública realizada, nesta terça-feira (21), na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. O tema foi a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que pode acabar com a Previdência Social.
Publicado 22/02/2017 17:34
O dirigente reafirmou a luta do movimento sindical contra a proposta e alertou sobre os perigos que, se aprovada, ela pode causar ao conjunto da classe trabalhadora.
"Como se espera, em 10 sessões, debater uma proposta que pode por fim em nossa Previdência? Um rito que deixa claro o desprezo ao diálogo com o amplo conjunto de setores que compõe nossa sociedade", externou Reis, ao criticar o curto prazo do plano de trabalho definido pela Comissão. Ele acrescentou que "a sociedade está atenta ao debate, melhor, a ausência de debate que o governo lidera no que se refere a PEC 287. A unidade das entidades em torno dessa matéria é concreta. São muitos os materiais produzidos para alertar sobre a ameaça de desmonte da Previdência Social".
Reformar para excluir
Presente na audiência, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentou amplo estudo elaborado em parceria com a Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) e a Plataforma Política Social. O trabalho foi coordenado pelo professor do Instituto de Economia da Unicamp, Eduardo Fagnani, e desconstrói, ponto a ponto, todos os argumentos da gestão Temer em defesa da PEC 287.
A proposta do documento é apresentar uma denúncia bem fundamentada do quanto a reforma pretendida pelo governo Temer é capaz de destruir a frágil rede de proteção social que o país consolidou a partir da Constituição de 1988. O texto destrincha o caráter excludente da Reforma da Previdência, rebate as premissas lançadas pelo governo para justificá-las e propõe alternativas para o equilíbrio financeiro do setor.
Confira neste vídeo a intervenção do dirigente da CTB durante a audiência