Camila Lanes é agredida após debate sobre "Escola Sem Partido"

A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, foi agredida por um grupo de homens na saída da Câmara dos Deputados, em Brasília, após participar da Comissão Especial sobre o projeto Escola Sem Partido, nesta terça-feira (21).

Camila Lanes é agredida após debate sobre Escola Sem Partido - Reprodução

Camila conta que um grupo de homens, “aparentemente com mais de 30 anos”, a procurou na saída para uma suposta entrevista. Ela se negou. “Eles passaram a perseguir o nosso grupo empurrando, ameaçando e chamando a gente de vadia, vagabunda, comunista, petista”.

A líder estudantil e as outras estudantes que estavam com ela fizeram um boletim de ocorrência na delegacia. “Através dos vídeos das câmaras de segurança do Congresso, esses homens poderão ser identificados e deverão responder pela agressão gratuita”.

“A única coisa positiva nisso tudo é que as pessoas podem enxergar o tipo de gente que defende o projeto Escola Sem Partido”, acredita. “É vergonhoso comparecer a uma casa parlamentar e ser hostilizada como fomos. Porque estão querendo acabar com a educação pública no país”.

De acordo com Lanes, os parlamentares não se mostram dispostos a ouvir e fazem chacota quando “falamos sobre os escândalos de desvios de verbas da merenda escolar, da falta de material pedagógico nas escolas e da desqualificação profissional dos docentes”.

“Segundo eles, os estudantes adoram se vitimizar, numa discussão rasa de conteúdo”. Ela afirma isso ao mostrar-se indignada com a falta de embasamento dos políticos que “pretendem aniquilar a educação pública, democrática e plural”, afirma.

Para a jovem, “o projeto Escola Sem Partido e a reforma do ensino médio sem um amplo debate com toda a sociedade, principalmente com os setores mais interessados, acabam com os sonhos da juventude de construir uma nação com oportunidades iguais para todas e todos”.

Ela reforça que os estudantes "querem mudar a educação, mas para melhor e não retroceder décadas e muito menos tirar os pobres da escola".

Confira abaixo o vídeo feito pela Mídia Ninja com o relato de Camila: