Em SP, artistas protestam contra o congelamento de verba da Cultura

O corte de 43,5% no orçamento da Secretaria de Cultura em São Paulo, anunciado pelo prefeito João Dória (PSDB-SP), vem provocando uma série de protestos da classe artística na cidade. Na última segunda-feira (13), uma reunião no Galpão do Teatro Folias, região central, anunciou a criação da ”Frente Única Descongela Cultura Já” que engloba artistas e estudantes de diversas linguagens, da arte de rua até monitores culturais.

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Segundo a coordenadora do Cuca da UNE, Camila Ribeiro, congelar o orçamento da Cultura de São Paulo é um equívoco que inviabiliza projetos já em andamento. ”Essa verba que está congelada foi aprovada na Câmara dos Vereadores e destinada à Secretaria de Cultura no ano passado. Ela faz parte da Lei Orçamentária Anual (LOA), e, congelá-la vai na contramão da luta dos artistas e da cidade por uma política cultural que se aplique para além das gestões”, falou.

Camila lembra que a lei de fomento à periferia ou o prêmio Zé Renato de Teatro precisam ser cumpridos.

”Com o atual orçamento a Secretaria só consegue arcar com as despesas inviabilizando os projetos de fomento e circulação da cultura na cidade. Por isso nasceu a frente única do descongelamento que tem participado semanalmente de encontros para discutir as alternativas para que o orçamento aprovado seja realmente aplicado”, disse a coordenadora do Cuca.
Programas como a Escola Municipal de Iniciação Artística, o Fomento à Dança, o Fomento ao Teatro, o Fomento ao Circo e o programa Jovem Monitor Cultural também estão seriamente ameaçados com o congelamento.

Nesta segunda-feira (20), uma nova reunião da Frente acontece novamente no Galpão Folias.

Compromisso 

No começo deste mês o atual secretário da Cultura , André Sturm, participou de assembleia realizada no Centro Cultural São Paulo e assinou um documento proposto pelos artistas em que assume o compromisso de buscar o descongelamento integral dos recursos contingenciados pelo prefeito, João Doria.

Em entrevista à BBC, Sturm atribui o congelamento ao Ministério da Fazenda.

”O que houve foi uma decisão da Fazenda (Ministério da Fazenda) de congelar 25% das atividades (existentes) e 100% os projetos novos. Agora estou negociando com a Fazenda para tentar descongelar essa parte imediatamente”, disse.