Guadalupe Carniel: La violencia comienza con…la Copa Argentina

Na Argentina só tem um torneio rolando, a Copa Argentina, já que o calendário está sendo reorganizado após o fim do Futbol Para Todos com o pagamento de 530 milhões de pesos do governo à AFA. O dinheiro ainda precisa ser repassado aos clubes e a previsão é que os campeonatos retornem dia 3. Mas a preocupação agora não é o futebol e sim a onda de violência.

Por Guadalupe Carniel*

Violência no "clásico del norte", entre Central del Norte e Talleres de Perico, na Argentina

Que a violência fez e faz parte da história da América Latina, isso já é sabido. Que temos sangue quente e temos farpas principalmente na Libertadores também. Mas no lado albiceleste as coisas estão fugindo do controle.

Na semana passada, pela Preliminar Regional do Grupo B entre Central Norte e Talleres, torcedores, jogadores e até árbitros entraram em confronto. A equipe de Central venceu o primeiro jogo por 2-0 e agora disputava a peleja em casa. O Talleres de Jujuy venceu por 1-0 e acabou eliminado. E aí a briga começou com um rapaz cuspindo na cara do Franco Sosa, jogador da equipe de Jujuy. Um dos companheiros de Sosa deu uma voadora no rapaz. A polícia teve que atuar.

Em Santiago del Estero, torcedores do Guemes insatisfeitos com a equipe decidiram protestar. Na partida de ida, haviam perdido por 2-0. Como se não bastasse, torcedores invadiram o gramado e o jogo ficou suspenso por vários minutos. A partida foi reiniciada, mas com 10 minutos do segundo tempo, uma bomba foi atirada em campo do lado do árbitro que suspendeu a partida por falta de garantia de segurança.

E em Comodoro Rivadavia, no clássico entre Jorge Newbery e Huracán, o encontro durou 45 minutos. O jogador Rodrigo Cárcamo tomou um carrinho violento quando estava saindo de campo pra ir ao vestiário e a equipe decidiu não voltar para o segundo tempo.

A Copa Argentina já foi suspensa por violência em suas etapas regionais e essa não é a primeira vez. Mas parece que não aprendemos. Um dos poucos campeonatos que temos em meio a escândalos como o áudio de Angelici, presidente do Boca que negociou punições a seus jogadores só para garantir sua vaga na Libertadores. Os clubes deveriam olhar com mais atenção e respeito já que por enquanto é o único futebol que temos por terras porteñas. E as vezes a única chance de um time de menor expressão participar de um torneio dito grande, já que cada vez mais se afunilam os campeonatos, priorizando equipes com peso na camisa (e quando digo peso, não é o quanto pesa e sim o quanto vale).