Servidores de Florianópolis decidem continuar em greve

Os servidores públicos municipais de Florianópolis, paralisados desde o dia 16 de janeiro, decidiram hoje pela continuidade da greve por tempo indeterminado. A decisão foi tomada durante ato em favor das liberdades democráticas, da liberdade sindical e dos direitos dos trabalhadores realizado na Praça Tancredo Neve.

Ato servidores de Florianópolis em Greve - Portal Desacato

Segundo os organizadores a adesão à greve cresceu e se consolidou com a atividade de hoje que contou com a participação de 7 mil pessoas. Durante o ato, o advogado Marcos Palmeira, assessor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (Sintrasem), esclareceu sobre o direito de greve, tranquilizando a categoria quanto às ameaças feitas pelo executivo.

A direção do Sindicato informou que desde a última segunda-feira (13) não teve mais conversas com os representares do executivo. "Enviamos a nossa proposta com a retirada de todos os cortes de direitos, artigo por artigo, e até o momento não recebemos o retorno." O diretor Alex Santos, informou que uma nova assembleia, na segunda-feira, (20), decidirá o rumo da greve.

A categoria quer que o prefeito Gean Loureiro (PMDB) vete os projetos de lei aprovados pela Câmara, que mexem no funcionalismo para então iniciarem uma negociação. Em entrevista a imprensa local, Gean diz que o município flexibilizou todos os pontos da pauta dos trabalhadores, mas que não abre mão dos itens com impacto financeiro.

Durante todo o dia os municipários receberam o apoio de outras categorias, centrais sindicais, partidos políticos e movimentos sociais. O Presidente da CTB-SC, Odair Rogério da Silva disse que as medidas retiram direitos conquistados em mais de 20 anos de lutas "o pacote de maldades mexe com a cidade inteira, sempre em prejuízo da classe trabalhadora”

O Presidente da Federação de Empregados de Comércio em Santa Catarina, Francisco Alano alertou que os prefeitos de Santa Catarina já estão querendo imitar o prefeito de Florianópolis. "Eles defendem as medidas e querem implanta-las no interior do Estado” disse.

No final da tarde, os servidores se dirigiram em passeata até o prédio da Prefeitura Municipal para entregar um documento ao prefeito, que mais uma vez, não quis receber os representantes do Sindicato. A passeata continuou pelas ruas da cidade até o Terminal de Integração do Centro (TICEM), onde acontecia um ato contra a reforma do ensino médio convocado pelos estudantes.

Comcap
Pela manhã, aconteceu uma assembleia dos trabalhadores da companhia responsável pela coleta de lixo da Capital, a Comcap. A assembleia foi dirigida pelo Sintrasem e dividiu a opinião dos trabalhadores, que optaram por não aderir à paralisação. Apesar da assembleia ter abordado outros assuntos, como a manutenção da Comcap 100% pública, a pauta principal foi sobre o pacote de medidas apresentado pelo prefeito para conter os gastos no município.

De acordo com informações veiculadas pelo Vereador Lino Peres (PT), o prefeito Gean Loureiro enviou na quarta-feira à Câmara Municipal um Projeto de Lei que exclui todos os serviços prestados pela Comcap das parcerias público privadas (PPPs), previstas na Lei 10.191/17 aprovada em janeiro. Ele acredita que com essa informação, os trabalhadores decidiram por manter a normalidade do serviço de coleta do lixo." Mas o vereador Lino acha que a privatização da Comcap é a bola da vez. "Essa retirada deve ser apenas estratégica", concluiu.