EUA autorizam compra de armas por pessoas com doença mental

O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quarta-feira (15) a suspensão de uma medida que impedia o acesso de pessoas com problemas mentais à compra de armas de fogo. A regulação tinha sido imposta pelo ex-presidente Barack Obama após o massacre de Connecticut, em 2012, que deixou 12 mortos.

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A votação terminou com 57 votos a favor e 43 contra. A Câmara de Representantes já havia votado a favor da suspensão no início do ano. Agora, resta apenas a sanção do presidente dos EUA, Donald Trump, que antecipou que vai ratificar a medida.

A norma regulada por Obama afetava cerca de 75 mil pessoas. A Direção de Seguridade Social é obrigada a comunicar ao governo federal os nomes das pessoas beneficiadas que têm histórico de doenças mentais para que fossem proibidas de comprar armas.

A Associação Nacional do Rifle (NRA, na sigla em inglês), o principal grupo pró-armas dos EUA, comemorou o resultado da votação no Senado estadunidense.

“A votação de hoje no Senado representa o passo seguinte na marcha à ré do ofensivo excesso do governo que caracterizou a era de Obama”, disse em comunicado Chris W. Cox, diretor-executivo da NRA.

O senador democrata Chris Murphy, que representa o estado de Connecticut, criticou a liberação de acesso a armas a pessoas com problemas mentais. “Se não pode conduzir seus próprios assuntos financeiros, como podemos esperar que possa ser o proprietário responsável de uma arma de fogo legal e perigosa?”, afirmou.

As organizações a favor do controle ao acesso de armas também expressaram indignação. “Não se equivoquem, esta votação se tratava realmente de aumentar o conjunto de possíveis clientes da indústria de armas, às custas daqueles que podem fazer danos a si mesmos ou a outros”, disse Dan Gross, presidente da Brady Campaign, que se dedica a prevenir a violência provocada pelas armas.