ELN e Governo da Colômbia começaram negociações de paz

O governo da Colômbia e o ELN (Exército de Libertação Nacional) abriram nesta terça-feira (7) a fase pública da mesa de diálogo para pôr fim ao conflito entre a guerrilha e as Forças Armadas colombianas.

Diálogos de paz ELN - Efe

A abertura das negociações públicas foi realizada em Sangolquí, cidade nos arredores de Quito, capital do Equador. O chanceler equatoriano, Guillaume Long, representou o governo de Rafael Correa e afirmou que o país “abre suas portas para que se celebrem os diálogos de paz”. “A paz da Colômbia é a paz do Equador, é a paz de nossa região”, declarou.

Pablo Beltrán, líder da delegação do ELN, declarou que a guerrilha busca “estabelecer uma saída política ao conflito”. “Anima-nos a esperança do povo e o respaldo da comunidade internacional” para o fim da guerra, afirmou.

“Neste momento histórico, o principal propósito nacional é a busca da paz”, disse Beltrán, em referência ao acordo que pôs fim ao conflito entre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo) e o governo colombiano, assinado em novembro de 2016.

Juan Camilo Restrepo, chefe da delegação do governo de Juan Manuel Santos, também aludiu ao recente processo de paz e disse que “a Colômbia não é hoje o mesmo país, é um laboratório de construção de paz”. “O objetivo desta mesa é chegar a um acordo final para a busca de uma Colômbia em paz”, declarou Restrepo.

A agenda para as negociações entre ELN e governo foi estabelecida em março de 2016 em um encontro em Caracas, na Venezuela. Seus seis pontos são a participação da sociedade na construção da paz, democracia para a paz, transformações para a paz, vítimas, fim do conflito e implementação do acordo.

Além das delegações do governo colombiano e da guerrilha, participam das negociações representantes do anfitrião Equador e de Chile, Cuba, Noruega e Venezuela.

O diálogo público estava programado para começar em outubro passado, mas foi adiado devido à exigência da libertação do ex-deputado Odín Sánchez, sequestrado pela guerrilha, por parte do governo, e do indulto de guerrilheiros presos por parte da guerrilha.

Sánchez foi libertado no último dia 2 de fevereiro, assim como foram indultados dois guerrilheiros e suspensas as penas de prisão para outros dois membros do ELN, o que possibilitou o início das negociações para a paz.