Golpe derrubou investimentos da indústria: pior resultado em 6 anos

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) – que apoiou o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff – anunciou, nesta quarta (8), que apenas 67% das grandes indústrias instaladas no Brasil investiram em 2016.  Trata-se do percentual mais baixo desde 2010. E, segundo a entidade, o índice ruim deve se repetir 2017.

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De acordo com a pesquisa Investimentos na Indústria, divulgada pela CNI, No ano de 2016, apenas 40% das empresas que planejavam investir realizaram investimentos conforme planejado. Esse percentual é o menor desde o início da série, em 2010, quando a realização de investimentos como o planejado ocorreu em 65% das empresas.

Entre as empresas que tinham planos de investimento, 41% os realizaram apenas parcialmente, 9% adiaram para o próximo ano e 10% tiveram que cancelar ou adiar seus investimentos por tempo
indeterminado.

Segundo a CNI, em 2016, terceiro ano de queda nos investimentos, "a demanda permaneceu baixa, o acesso ao crédito continuou desafiador e a ociosidade terminou o ano passado em nível recorde".

Mas a incerteza econômica – alimentada pela instabilidade política – foi o motivo apontado com mais frequência para a frustração dos planos de investimentos, com 80% das menções dos empresários consultados. Em seguida, com 54% das respostas, foi citada a reavaliação da demanda e ociosidade elevada. Por fim, em terceiro lugar, com 39% das menções, ficou o custo dos financiamentos.

A CNI – que se uniu às forças que insulflaram a crise política brasileira – não aponta mudanças no horizonte. “Não se espera reversão deste quadro de crise em 2017. O percentual de empresas que pretendem investir em 2017 é 67%”, diz o relatório apresentado pela entidade.

O levantamento da Confederação foi feito entre 21 de novembro e 9 de dezembro de 2016, com 584 empresas de grande, que têm 250 ou mais empregados. Em 2015, o índice empresas que investiram era de 74%.