Sinpro repudia demissões de professores do setor privado em Goiás 

O sindicato dos Professores de Goiás (Sinpro-GO) lançou uma nota onde repúdia a demissão dos professores da rede particular de ensino. Segundo informa o comunicado. "Sob o pretexto da crise econômica, crescem o número de demissões praticadas por donos de escolas, que se somam a outras práticas irregulares de parte das instituições do setor privado de ensino. Confira a íntegra da nota: 

sala de aula

A diretoria do Sinpro-GO manifesta seu repúdio às demissões de professores (as) praticadas em grande número nas instituições privadas de Ensino Superior e de Educação Básica do Estado de Goiás.

Sob o pretexto da crise econômica, crescem o número de demissões praticadas por donos de escolas, que se somam a outras práticas irregulares de parte das instituições do setor privado de ensino. Transferindo o risco do negócio aos trabalhadores na hora da crise, alguns patrões lesam os professores ao negar-lhes direitos básicos como depósito regular do FGTS, respeito ao piso salarial ou pagamento em dia do seu salário e décimo terceiro, condições mínimas de sua subsistência.

Sabe-se que o objetivo do setor patronal é sempre maximizar sua margem de lucro. Mas para tanto alguns utilizam, lamentavelmente, práticas perversas de mercado que afrontam o direito e a dignidade do trabalhador, como é o caso das demissões em grande número para a contratação de novos docentes com salários menores, incorrendo até mesmo em “dumping social”. De julho de 2016 até a presente data foram contabilizados no Sinpro-GO 1007 rescisões de contrato de trabalho de professores (as), sendo 734 de Instituições de Ensino Superior e 273 de Ensino Básico. Desse total, 808 foram demissões sem justa causa.

É lamentável constatar as reduções de carga horária dos docentes através do artifício da superlotação de salas de aula ou mesma da exclusão ou redução do número de aulas das disciplinas de ciências humanas, artes e educação física, em detrimento da formação humana e integral dos discentes e da sua preparação para o exercício da cidadania crítica e ativa. O que traz prejuízo à sociedade, submetendo-a cada vez mais à prevalência dessa concepção neotecnicista de educação que nos remete aos tempos da ditadura militar.

O Sinpro-GO repudia o equivocado e imoral modelo de administração financeira que só prevê a redução de custos humanos, lesando aos direitos dos (as) trabalhadores (as). Repudia o discurso falacioso, utilizado de forma oportunista por alguns patrões do setor privado de ensino, um dos mais rentáveis da economia, como justificava para a retirada de direitos dos professores (as), a redução dos seus salários e para a oferta de baixos reajustes na data base, mesmo depois de reajustarem as mensalidades acima da inflação.

Diante desse quadro, o Sinpro-GO que é defensor do desenvolvimento nacional com soberania, fundado num modelo de educação que não seja tratada como mera mercadoria, mas como direito social, repudia com veemência às demissões, as frequentes e crescentes lesões aos direitos dos professores (as) e reafirma que não vai medir esforços para defendê-los, cumprindo assim o seu papel social, político e legal.