Greve na Globo de Imperatriz (MA) denuncia trabalho precário
Congelamento dos salários em 2015, reajuste abaixo da inflação em 2016 e recente corte do vale-alimentação motivaram trabalhadores da TV Mirante em Imperatriz (MA), afiliada da Rede Globo, a cruzar os braços nesta terça-feira (24). Segundo o Sindicato dos Jornalistas e Radialistas de Imperatriz, a programação gerada para a cidade pela emissora está suspensa. A Tv local é a segunda maior do Maranhão. Só fica atrás da emissora da capital São Luís.
Publicado 27/01/2017 18:04
A Tv Mirante de Imperatriz tem 96 funcionários e metade destes aderiu à paralisação no primeiro dia. O sindicato informou que nesta quinta-feira (26) apenas 30% dos trabalhadores manteve as atividades para colocar a emissora no ar. Sem a programação local, a Mirante recebe o sinal da Tv de São Luís.
“Não podemos permitir que o trabalhador seja massacrado com a perda de benefícios adquiridos com luta e profissionalismo”, declarou em nota o sindicato. A entidade definiu o episódio como injustiça “contra os profissionais da imprensa que tanto denunciam as mazelas da Sociedade
De acordo com a coluna Na Telinha, do portal UOL, o sindicato local afirma que o grupo Mirante passa por dificuldades financeiras com a mudança política após 31 anos de governos ligados à família Sarney.
“Desde 2015, o estado é governado por Flávio Dino, o primeiro não ligado aos Sarney depois de 31 anos. Com isso, ele deixou de investir com recursos de publicidade em demasia na TV Mirante, como era feito”, diz trecho de notícia publicada na coluna do UOl.
Para a próxima segunda-feira (30), está previsto uma nova assembleia dos trabalhadores da Tv Mirante em Imperatriz para definir o futuro do movimento.
A excepcionalidade da greve é abordada pela coluna. “Afiliadas da Globo entrarem em greve é bastante raro. A última também foi no Nordeste. Em 2011, funcionários da TV Sergipe, afiliada da emissora carioca no estado, pararam as atividades em protesto contra o então diretor-presidente da emissora, Paulo Siqueira, por conta de demissões e acusações de assédio moral”.