Irã responderá qualquer agressão com “bofetada histórica”

Em Joramshahr, cidade situada em uma província que faz fronteira com o Iraque, Ahmadinejad denunciou a tática imperialista. "Nossos inimigos querem confabular e dividir os iranianos para impedir que o povo obtenha seus direitos. Estes inimigos tentarão, por meio de pressões políticas e utilizando as organizações internacionais, impedir que o Irã obtenha a totalidade de seus direitos legítimos. Porém, sabem que não podem nos infligir danos", afirmou. "Se cometerem o mínimo dano contra o povo iraniano, se cometerem a mínima agressão, receberão uma bofetada histórica", disse.

Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (Estados Unidos, Rússia, França, Grã-Bretanha e China), além da Alemanha, estão reunidos hoje, quarta-feira (24), em Londres para estudar formas de pressionar o Irã a suspender o enriquecimento de urânio. O encontro de Londres, que terá a presença dos secretários de assuntos políticos dos ministérios das Relações Exteriores dos seis países, deve examinar uma oferta européia que mescla incentivos e sanções econômicas, caso Teerã mantenha sua posição.

Os países ocidentais, aliados aos Estados Unidos, dizem temer que o urânio iraniano seja utilizado para fins militares. Mas o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manushehr Mottaki, adiantou ontem que "a república do Irã não cederá a respeito de seus direitos, em nenhuma circunstância".

No mesmo dia, o presidente norte-americano, George W. Bush, ameaçou que os Estados Unidos e a comunidade internacional têm a posição conjunta de que o Irã não deve possuir armamento nuclear. "E quanto mais os iranianos se negarem a negociar de boa fé, mais países começarão a compreender que devemos continuar trabalhando juntos", acrescentou Bush. "Nosso primeiro objetivo é resolver este problema diplomaticamente", disse Bush ao ser questionado sobre a "opção militar" na crise com o Irã. "Porém, não estou seguro de que estas pessoas realmente queiram uma solução", declarou em tom ameaçador.

O Irã anunciou no dia 11 de abril que conseguiu enriquecer urânio a 3,5% e depois a 4,8%. O Conselho de Segurança da ONU – aliado à política norte-americana – solicitou no final de março, a suspensão desta atividade em um mês.

Com agências.