A cada 25 horas, uma pessoa LGBT morreu no Brasil em 2016 

No início do mês de janeiro, a gerente Tatiana Lozano Pereira confessou ter matado o próprio filho, de 19 anos, em Cravinhos (SP), devido a sua orientação sexual. Na capital paulista, um jovem homossexual foi espancado ao pedir ajuda, após um ser assaltado no último dia 16. Infelizmente, crimes que envolvem ódio e intolerância crescem cotidianamente no país.

Por Laís Gouveia 

A cada 25 horas uma pessoa LGBT morreu no Brasil em 2016 - Reprodução

Um relatório apresentado pelo Grupo Gay da Bahia afirma que, a cada 25 horas, uma pessoa LGBT morreu no Brasil em 2016, reforçando os números de que o Brasil é o país que mais mata no mundo essa parcela da população. 

O que leva o país ter taxas tão elevadas de violência contra LGBT´s? Para o presidente da União Nacional LGBT-(UNALGBT) é preciso fazer uma contextualização sociológica, política e história da sociedade. "O Brasil foi colonizado por europeus e cristãos, por consequência, desde a colônia, reproduziu-se aqui valores machistas, sexistas e escravagistas, com base no pensamento patriarcal, onde tudo que fugia a tal padrão estabelecido era rejeitado, além dos dogmas religiosos: Temos garantido em nossa constituição a laicidade do Estado, mas constatamos que há uma influência direta de setores fundamentalistas nos três poderes, que não aceitam ou respeitam a diversidade humana", explica Andrey.

Ele considera que as ações violentas são uma resposta as conquistas geradas pelo ativismo. "O movimento LGBT cresceu vertiginosamente nos últimos quarenta anos, gerando uma maior organização das pessoas em um controle social, incidência política na luta por direitos civis e o reconhecimento dessa diversidade, provocando uma reação intolerante em alguns grupos, que não respeitam a identidade de gênero e orientação sexual alheia", conclui. 

Confira a íntegra da fala de Andrey Lemos: