Rússia desmente acordo para criar bases militares na Líbia

O presidente do comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação (Senado russo), Viktor Ozerov, desmentiu, nesta segunda-feira (23), as versões sobre um acordo para instalar bases militares na Líbia.

Líbia - Reuters

Nunca analisamos a possibilidade de situar bases militares em território líbio, esclareceu Ozerov, ao comentar uma publicação do diário suíço Neu Zurcher Zeitung sobre planos de bases russas nas cidades líbias de Tabruk e Bengazi.

No entanto, o senador russo referiu-se à assinatura no último dia 18 de um acordo entre Rússia e Síria para ampliar a base naval de Tartús com um tempo de duração de 49 anos e com uma ampliação automática por outros 25.

Esse compromisso demonstra que pode ser estabelecido uma cooperação técnico-marítima entre estados não dirigida contra alguém, mas para alguém, comentou o chefe do comitê do Conselho da Federação.

A base russa na Síria pode ser convertida em um ponto de partida para cumprir missões pacifistas na região do mar Mediterrâneo, para cooperar na luta contra a pirataria ou para a proteção de fronteiras, estimou Ozerov.

A Síria solicitou a cooperação da Rússia no final de 2015 para combater formações terroristas. Em setembro passado, ambos estados lembraram o uso por Moscou das instalações da base aérea de Jmeimim e o ponto de apoio logístico de Tartús.

O arranjo assinado na última quarta-feira reafirma o status da Rússia como país à frente das atividades nas instalações mencionadas e inclui imunidade para seu pessoal.

A Rússia recusou em todo momento a agressão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) contra a Líbia, de março a outubro de 2011, após uma interpretação distorcida de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

No meio do confronto interno que vive a Líbia na atualidade, Moscou procura manter os contatos com as partes envolvidas no dividido poder dessa nação norte-africana.