Livro registra grafites de SP, 2ª cidade de arte urbana do mundo

Desde 2009 Juruna registra os grafites que encontra pelos lugares onde passa. Dedicado à luta política, nunca teve a pretensão de fazer estes registros se tornarem um livro. “Mas eu percebia que os amigos gostavam quando eu publicava no Instagram ou no Facebook, era como um respiro em meio às postagens da luta diária”, diz o sindicalista.

Durante uma viagem à Alemanha ele teve contato com um livro que ilustrava a arte de rua de Berlim, gostou tanto da ideia que decidiu se inspirar para fazer algo com este propósito sobre a capital paulista. “Começou com a ideia de presentear os amigos no Natal com um registro e aí fizemos este livro”.

Arte de Rua traz uma série de imagens principalmente dos grafites da Vila Madalena, entre eles o tradicional Beco do Batman. São 137 páginas que explodem de cores e formas com as fotografias feitas pelo próprio Juruna dos muros da cidade. Ele conta, no prefácio, que aproveitava os passeios com a esposa, Carolina, e a cachorrinha, Susie, para fotografar.

Ao longo destes sete anos de caminhadas pelas ruas de São Paulo, Juruna destaca o investimento do poder público nos espaços destinados ao grafite e acredita que os artistas também evoluíram muito. “Hoje nossos artistas de rua viajam o mundo mostrando o trabalho deles, São Paulo virou uma referência na arte de rua”, diz.

Juruna afirma que seu livro é uma “homenagem à contemplação e à beleza do espaço urbano, construído através do trabalho”. E garante que foi possível fazê-lo graças “ao tempo livre”, fruto da luta dos trabalhadores ingleses, americanos e brasileiros pela redução da jornada de trabalho.

Veja uma galeria com dez imagens do livro: