“Torço para que tenha sido um acidente”, diz filho de Teori

O filho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, Francisco Prehn Zavascki falou nesta sexta-feira (20) que seu pai não se preocupava com questões de segurança, mas comentava que os desdobramentos da Lava Jato poderiam causar dificuldades para o país. Em entrevista ao portal R7, ele comentou que quer acreditar que a morte do pai, na queda de avião no litoral fluminense nesta quinta-feira (19), “tenha sido um acidente”.

Filho Teori, Francisco Zavaski - Foto: Divulgação/Facebook

“Nesse momento não tenho o que dizer, não deu tempo de sentir outra coisa senão a dor da perda. Mas eu, sinceramente, torço para que tenha sido um acidente. Acho que seria muito ruim para o país saber que meu pai foi assassinado”, ressaltou.

"É preciso investigar a fundo e saber se foi acidente ou não, que a verdade venha à tona seja ela qual for", afirmou.

O ministro estava prestes a homologar as delações dos executivos da Odebrecht na Operação Lava Jato que traziam o envolvimento de centenas de políticos e até de ministros do Supremo. Inclusive, Teori que estava de férias estava em São Paulo, no Supremo, para resolver questões ligadas ao processo e falava com assessores por telefone constantemente.

Ainda segundo informações de Francisco, Teori comentava como 2017 seria um “ano difícil” e complicado para o país, por causa dos efeitos dos desdobramentos da Lava Jato. 

“Ele se referia ao que ele já tinha visto nas delações e o que imaginava que iria causar”. No entanto, o ministro não temia sofrer algum tipo de retaliação pela forma como atuava como magistrado, conta seu filho.

“Essa questão da segurança, ele se preocupava muito pouco, que era o que causava mais medo na família. Ele achava difícil que alguém pudesse fazer alguma coisa com ele”.

Em meados de maio de 2016, o próprio Francisco admitiu que havia ameaças por seu pai ser relator da Lava Jato no Supremo. Em postagem no Facebook ele disse que era obvio "que há movimentos dos mais variados tipos para frear a Lava Jato. Penso que é até infantil imaginar que não há, isto é que criminosos do pior tipo (conforme o MPF afirma), simplesmente resolveram se submeter à lei. Acredito que a lei e as instituições vão vencer, porém, alerto: se algo acontecer com alguém da minha família, você já sabem onde procurar…! Fica o recado!”.

Mortes

A aeronave estava em nome da Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras Limitada, do empresário Carlos Alberto Filgueiras que morreu na queda do avião. Segundo o filho de Teori, amigos há alguns anos, os dois costumavam fazer viagens programadas.

A Anac informou que a documentação da aeronave estava em dia, com o certificado válido até abril de 2022 e inspeção da manutenção (anual) válida até abril de 2017.

Piloto era muito cuidadoso e deu dicas para não abusar em voo: 'Se tiver chuva, desvie'.

Segundo informações de conhecidos, o piloto, Osmar Rodrigues, de 56 anos era um dos mais experientes nesta rota, inclusive, foi palestrante no Campo de Marte, em São Paulo, no ano passado, em um fórum para pilotos de aviação executiva. Fernando Guimarães, dono do Hangar Tag, disse que o piloto conhecido pelos amigos como Mazinho foi escolhido por ser o mais experiente para falar sobre os desafios de um voo para Paraty.

Ainda não há informações sobre as outras vítimas do acidente. Além do ministro, do empresário e do piloto, falta saber a identidade de mais dois corpos que estavam na aeronave.