Aladilce sobre PDDU e LOUOS: “Só favoreceu os negócios

No ano passado, a Câmara Municipal de Salvador (CMS) aprovou dois projetos de interesse do prefeito ACM Neto (DEM) que podem alterar a paisagem da orla e a dinâmica da vida na capital. O PDDU (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano) e a LOUOS (Lei de Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo) garantiram, entre outras coisas, a possibilidade de construções sombrearem as praias antes das 9h e depois das 15h – horários indicados por médicos como ideais para ‘banhos de sol’.

Os novos empreendimentos poderão ser construídos a 60 metros da areia da praia e ter prédios de até 12 andares. Além disso, as novas legislações podem impactar negativamente na ventilação da cidade, como aponta a vereadora Aladilce Souza (PCdoB), líder da oposição à época e uma das principais vozes contrárias à aprovação da matéria.

Para a vereadora, os prédios poderão se transformar em barreiras para circulação do vento, prejudicando, principalmente, a população mais pobre. “Teremos lotes que vão constituir verdadeiros paredões, impedindo a entrada do vento na cidade, que vem, exatamente, pela orla atlântica. Então, nós vamos ter um aquecimento de temperatura no miolo da cidade, onde ficam os bairros populares”, disse.

Aladilce vê o interesse da prefeitura nas matérias como uma marca da gestão de ACM Neto, que torna interesses empresarias e privados mais importantes que o bem-estar da capital. “Essa legislação é muito prejudicial a Salvador. Ela estabeleceu novos parâmetros que têm impactos diretos no conforto ambiental. O que essa legislação fez foi criar uma situação mais favorável para negócios na região da orla atlântica de Salvador, trazendo um grande prejuízo para a nossa cidade”, criticou.

A bancada do PCdoB foi contra os dois projetos e, segundo Aladilce, vai continuar acompanhando os debates. “Vamos continuar acompanhando para nos colocar contrários à execução da legislação. A cada empreendimento, nós temos a possibilidade de nos contrapor. Esperamos, também, sensibilizar os gestores a não colocar essa legislação em execução”, finalizou a vereadora.

Ascom/Gabinete da vereadora Aladilce Souza