Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa completa 10 anos

No próximo sábado, 21 de janeiro, será celebrado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data, que foi instituída através da Lei 11.635/2007 e teve origem no Projeto do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB), este ano completa dez anos de sancionada e surgiu como uma homenagem à Iyalorixá Gildásia dos Santos – a Mãe Gilda.

A religiosa morreu em 21/1/2000 vítima de complicações de um infarto após ver seu rosto ilustrar uma matéria do jornal Folha Universal. Na ocasião, a casa onde ela residia foi invadida, seu esposo foi ofendido e agredido e o Terreiro depredado.

Daniel destaca a importância das religiões para o povo. "Todas as religiões são importantes e devem ser tratadas de forma isonômica, sem distinção e com respeito. No caso das religiões de matrizes africanas, elas sofrem um preconceito ainda maior, devido às relações sociais que se estabeleceram no país de discriminação aos negros. Por serem as principais vítimas de discriminação e intolerância, precisamos debatê-las melhor, divulgá-las melhor e ampliar o acesso às informações e práticas destas religiões e respeitá-las".

Tema do Enem
O respeito às religiões vem ganhando a atenção da sociedade. Em 2016 o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) abordou o assunto na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que teve como tema: "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.

Os resultados das provas foram divulgados nesta quarta-feira (18). Em entrevista coletiva, o Ministro da Educação informou que apenas 77 candidatos tiraram nota máxima na redação e 291.806 pessoas tiveram sua prova anulada ou receberam nota zero. Destas, mais de 46 mil por fugirem ao tema.

O parlamentar atribui os resultados a falta de debates e conhecimento da matéria. "O resultado do Enem revela desconhecimento sobre o que significa intolerância e a prática de intolerância, que faz parte do cotidiano das pessoas e às vezes surgem sem que elas percebam”. E destacou a importância da ampliação dos debates. “Precisamos debater mais.Temos guerra pelo mundo a fora motivadas por intolerância religiosa, governos tentando disseminar razões de caráter religioso e a politização que se busca fazer em certos ambientes ao apresentar manifestações religiosas como argumento para alcançar poder político. Neste momento de exacerbação da intolerância política, indica que precisamos valorizar este dia, valorizar esta Lei, valorizar o debate e chamar a atenção da sociedade para a necessidade de vida em harmonia.”, completou Daniel.

Ascom/gabinte do deputado Daniel Almeida