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Elis Regina morreu há 35 anos, mas ainda inspira saudade

Há 35 anos, uma das mais brilhantes cantoras da atualidade, Elis Regina nos deixava fisicamente. Com apenas 36 anos, a mulher que encantou o Brasil com sua voz e seus espetáculos morria precocemente. Porém, sua passagem na terra foi tão intensa que mesmo mais de três décadas depois de sua morte, ela ainda inspira saudade.

a vida de Elis Regina

Com uma vida marcada por muito trabalho, perfeccionismo, competência, coragem, ousadia, genialidade, brigas familiares, filhos e casamentos desfeitos, a trajetória de Elis foi bastante sacrificada pelo sensacionalismo e conservadorismo dos anos que viveu. Porém, ela desafiava os padrões conservadores da época, com a grandeza e a expertise de quem vive fora de seu tempo.

Várias biografias que retratam sua vida e suas obras estão à disposição de seus fãs, no entanto, uma obra baseada em pesquisas e depoimentos descreve os fatos particulares das várias fases da vida da carreira da cantora. No livro, há informações de como a não só intérprete, mas "musicista" – que sem tocar um único instrumento usava seu ouvido, sua voz e suas brilhantes ideias de palco – para insurgiu a música brasileira. Além disso, Elis ajudou a revelar os melhores músicos desta fase.

Para conhecer mais sobre a carreira da maior cantora brasileira de todos os tempos, o livro: Elis Regina, uma biografia musical, do músico e jornalista, Arthur de Farias pode ser encontrado em livrarias ou na internet.

Lá, o leitor poderá perceber as fases da Furação Elis e da mulher Elis. “Esmiúça os meandros da indústria fonográfica. Desfaz mitos da trajetória da cantora. Relata, por um prisma original, episódios saborosos ou dramáticos de suas parcerias. Fala de sua vida pessoal sem cair no sensacionalismo”.

Trajetória

Nascida no dia 17 de março de 1945, em Porto Alegre, Elis Regina ficou conhecida em um programa gaúcho de TV infantil “Clube do Guri” que era muito famoso no rádio, mas teve igualmente sucesso na TV. Ainda uma adolescente, Elis já cantava nos mais famosos palcos do eixo Rio x São Paulo, transitou por vários gêneros musicais como MPB, bossa nova, samba, rock e jazz e sempre defendeu a boa música. 

A "rainha" da TV, surgiu em festivais de música nos anos 60 e tornou-se a primeira estrela da canção popular brasileira da época da televisão que passava o "rádio" em termos de meio de comunicação mais utilizado pelos brasileiros. Com seu sucesso, ajudou a lançar compositores até então desconhecidos como Milton Nascimento, Aldir Blanc, Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Bosco. E foi parceira de Jair Rodrigues, Tom Jobim, Simonal, Rita Lee e Chico Buarque.

Elis Regina (com seu filho João Marcelo), Tom Jobim e César Camargo Mariano

Engajada politicamente, Elis teve que negociar várias vezes para não ter seus discos censurados pela ditadura, mesma assim conseguia entre letras, entrevistas e espetáculos criticar o regime violento dos militares. Elis foi símbolo da luta pela Anistia ao interpretar O Bêbado e o Equilibrista (Aldir Blanc e João Bosco), de 1979, que comemorava, após 21 anos, a derrocada da ditadura militar no Brasil.

O ano de 2015 foi marcado pela comemoração dos 70 anos de nascimento de Elis Regina. Em 2016, seus filhos lançaram um site que incorporavam documentários, histórico e exposição organizados em homenagem à cantora. E divulgaram o trailer do documentário Se todos fossem iguais a você.

Se todos fossem iguais a você – (documentário sobre Elis Regina)


Já no fim de 2016, foi lançado o Filme "Elis". A atriz Andreia Horta interpreta cantora no filme do diretor Hugo Prata. Assista o trailer abaixo:

Apesar de sua magnífica passagem pelo mundo, de alguma forma, Elis Regina é um retrato da mulher brasileira que busca seus direitos, sua liberdade e seu espaço na sociedade. E assim, deverá ainda por muitos anos ser lembrada.

Polêmica: Uma das últimas entrevistas da Elis Regina.