Empresário apoiador de Macri critica rumo da economia argentina

Assim como no Brasil, a direita argentina também prometeu “desenvolvimento nacional”, “recuperação da economia” e fortalecimento do mercado com medidas de austeridade – com a diferença que no país vizinho eles chegaram à presidência através do voto direto, e não de um golpe. Porém, após um ano de Maurício Macri no governo, a realidade no país é exatamente o contrário, e quem reclama é um empresário responsável por financiar boa parte da campanha presidencial.

Claudio Belocopitt - Divulgação

Claudio Belocopitt é o diretor da empresa de medicina Swiss Medical, uma das principais financiadoras da campanha eleitoral de Maurício Macri. Recentemente o empresário admitiu, em uma reunião com outras pessoas do ramo, que 2016 foi “um ano muito difícil” e diferente do que os argentinos esperavam na área econômica.

Belocopitt demonstrou um mal estar do empresariado local devido à queda na economia do país depois da chegada de Macri e destacou que 2015 – ainda governado por Cristina Kirchner – foi um “excelente ano” para o mercado.

“Em 2015 fomos muito bem, ao contrário do que poderíamos esperar. E paradoxalmente, 2016 tem sido um ano muito difícil. Não tem sido o ano que os argentinos esperavam ter”, confessou o empresário durante uma reunião com outros chefes de sua empresa.

Para Belocopitt o futuro da Argentina é “muito incerto” e ele alertou que as empresas devem se preparar para um ano com ainda mais dificuldades. “Se a economia ou o povo não sentir que a roda começa a girar, o povo vai se enfurecer”.

Em 2015 grandes grupos empresariais doaram cerca de 124 milhões de dólares para Maurício Macri financiar sua campanha rumo à Casa Rosada. A Swiss Medical Group foi responsável por boa fatia deste montante e hoje afirma que o novo governo gerou expectativas que não foram cumpridas.