Uma injeção de vida para a UERJ é o que pode salvá-la

A UERJ está ameaçada de deixar de ser uma universidade pública. Pode fechar, pode ter uma solução privatista como a proposta por Luís Roberto Barroso no Globo deste sábado. Como resistir?

Por Roberto Kraenkel, no GGN

Professores e alunos protestam no primeiro dia de greve da Uerj

Cid Benjamin propõe que, ao invés de greve, faça-se a ocupação da UERJ. E isto vai numa direção interessante. Mas mais tem que ser feito. É preciso uma ocupação muito especial, não apenas um sit-in. Uma ação que possa unir a comunidade num espectro ideológico amplo.

Uma proposta é que se transforme a UERJ num ponto de efervescência intelectual, científica e cultural do Rio de Janeiro exatamente nesta fase de crise. Que, além das atividades usuais, dos cursos, das pesquisas, que haja atividades especiais com grandes intelectuais, cientistas, artistas. Todos os dias. Debates. Diversidade de temas e posições. Que a UERJ seja “o lugar para se estar” no Rio.

No caso de minha área, física, que haja palestras especiais dos melhores cientistas, que se façam oficinas e minicursos. Estou certo que em outras áreas, cada qual com seus meios de expressão, também será possível trazer o fervor da criação, da descoberta, da vida, para dentro da UERJ. E espetáculos musicais, peças de teatro, debates interdisciplinares, e o que mais se inventar de interessante.

Com que dinheiro? Oras, tenho certeza que está ao alcance financeiro da maioria dos colegas professores universitários do RJ e estados vizinhos uma ida à UERJ. Sim, com seu dinheiro. Não é tanto assim, e isto seria sim, uma demonstração de real apoio à UERJ. Muito melhor que assinar mais um abaixo-assinado.

Uma injeção de vida na UERJ – colocá-la no centro – é o que pode salvá-la.