Com crise prisional, governadora de Roraima cobra ações reais de Temer

Com a crise do sistema prisional se agravando, a governadora de Roraima, Suely Campos (Solidariedade), se cansou da negligência do governo de Michel Temer (PMDB) e do seu ministro Alexandre de Moraes. Ela afirmou categoricamente que não era necessário que Moraes fosse a Roraima. E segundo a coluna de Lauro Jardim, do O Globo, a governadora teria dito que foi pedida ajuda federal para a situação carcerária do estado e que o ministro da Justiça recusou.

michel temer - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Já a coluna do Estadão revelou que Suely pressionou Temer, em uma conversa por telefone. “O que adianta o ministro (Alexandre de Moraes) vir aqui, se já aconteceu o pior? Só para usar a imprensa? Queremos ações reais, como liberação de recursos”, disse ela.

A situação da segurança em Roraima é caótica. Nesta sexta (6), 31 detentos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), em Boa Vista, foram assassinados.

Segundo a administração da prisão, os detentos quebraram os cadeados das celas e invadiram a Ala 5, a cozinha e o cadeião – onde estavam os presos de menor periculosidade. A maioria das vítimas foi esquartejada, decapitada ou teve o coração arrancado, método usado por uma facção que atua nos presídios que predomina em São Paulo. Os corpos foram jogados em um corredor que dá acesso às alas. Não houve fugas.

Os assassinos filmaram as execuções e distribuíram o vídeo pelo WhatsApp. Deixaram claro que se tratava de uma vingança pelo massacre de Manaus. "Olha aqui o que nós ‘faz’ aqui com você, seu safado. Vocês mataram os nossos irmãozinhos", disse um criminoso enquanto ele e seus colegas chutam os corpos. "Aí o que vai acontecer com vocês. Aqui também tem criminoso."

Enquanto isso, Alexandre de Moraes nega que o sistema prisional viva uma guerra entre facções rivais e que a situação tenha saído do controle. Para ele, o massacre de Boa Vista não foi uma retaliação de facções rivais e classificou o episódio como "morte oportunista".

Moraes ainda tentou se esquivar das responsabilidade do governo federal sobre o episódio e disse que a gestão do sistema prisional cabe aos Estados.

Temer, por sua vez, se limitou a lamentar as mortes e "se solidarizou com o povo do Estado".