Um novo sonho 

 Estamos novamente diante do começo de um novo ano com muitas esperanças, muitos sonhos e alguns com muitas frustrações e pessimismo devido a grande ressaca causada pelo estado de embriagues político que foi o ano de 2016.

 Almir Forte*

Aquele foi o ano que jamais devemos esquecer, pois seus acontecimentos e fatos marcaram para sempre nossas vidas, com dimensões imensuráveis, tanto na forma, como na sua importância política, econômica e social.

Assistimos um teatro macabro, com um roteiro medíocre elaborado por aqueles que perderam quatro eleições consecutivas em co-autoria com um bando de deputados e senadores denunciados por envolvimento em corrupção e outras coisas.

E para isso, contaram com a ajuda explicita da grande mídia, de parcela do Judiciário, do MPF, a FIESP e o grande capital que contribuíram para o afastamento, através de um golpe, de uma presidente que não cometeu nenhum crime de responsabilidade e em nenhum momento teve seu nome associado a qualquer ato de corrupção.

Com um substituto, fantoche dos banqueiros e dos corruptos que assumiram o poder consignou-se um novo significado a palavra conhecida pelo nome de democracia. Agora, os novos inquilinos do poder agem como pequenos ditadores que certamente ficarão registrados para a posteridade em nossos livros de história.

O aumento considerável do ódio, do racismo, do feminicídio, da homofobia e o aparecimento dos defensores do fascismo, que até algum tempo andava escondido da sociedade, agora, se apresenta com a cumplicidade dos órgãos de segurança em nome da famosa “liberdade de expressão”.

E sob o domínio dessa nova ordem, o ano terminou com um machista cometendo feminicídio contra a ex-mulher, um filicídio, o assassinato de outras dez pessoas e para completar a tragédia comete o suicídio e deixa como testamento uma carta apresentando seus motivos: O ódio.

E na contra mão de tudo isso, aqui em Cachoeiro parece que vamos construindo uma nova história, com um novo prefeito sem a síndrome da famosa mulher de Jó, que promete seguir em frente sem olhar para traz, sem o ódio aos adversários e com respeito aos servidores sem procurar saber sua filiação partidária, sua orientação sexual ou religiosa.

Caso mantenha essa postura até o final do mandato, teremos iniciado uma nova cultura em nossa cidade que contribuirá para uma nova geração de políticos comprometidos com a sociedade, com o desenvolvimento, com a ciência, com o futuro democrático, com respeito às diferenças e construindo a unidade em torno de um projeto que resgate o amor, o respeito e orgulho que sempre tivemos de sermos cachoeirenses.

Esse é o nosso grande sonho que poderá se transformar em realidade e assim, poderá ser exportado para todo o país e algumas galáxias menores.

Publicado originalmente no jornal Fato, de Cachoeiro de Itapemirim