Africanos mantêm hegemonia na São Silvestre

Atletas africanos mantiveram a hegemonia na 92ª São Silvestre e foram maioria no pódio da corrida de rua mais tradicional do país. O etíope Leul Gebresiale Aleme ficou em primeiro lugar, com 44 minutos e 53 segundos, seguido do compatriota Dawit Fikadu Admasu, apontado com um dos favoritos. Na terceira posição, ficou o queniano Stephen Kospel.

Vencedores da São Silvestre de 2016 comemoram no pódio - Paulo Pinto/Fotos Públicas

O brasileiro Giovani dos Santos, que era a grande esperança do Brasil na prova, chegou em quarto lugar. Em quinto lugar, chegou o queniano William Kibor, que venceu a Meia Maratona de Las Vegas este ano.

Sem surpresas, a grande vencedora na prova feminina foi a queniana Jemima Sumgong, campeã olímpica da maratona nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. No meio do percurso, a atleta conseguiu abrir distância das demais competidoras e foi ganhando cada vez mais vantagem, terminando a corrida com tempo de 48 minutos e 35 segundos.

Havia a expectativa de que a brasileira Joziane Cardoso, campeã da Meia Maratona do Rio de Janeiro 2016, chegasse entre as primeiras, mas a melhor colocação do Brasil foi conquistada por Tatiele de Carvalho, que terminou em sétimo lugar.

A corrida começou pontualmente às 8h20, com o grupo de cadeirantes. Às 8h40 foi dada a largada do pelotão feminino, e, às 9 horas, do masculino e dos atletas amadores, reunindo um total de 30 mil inscritos.

Pouco antes da largada do pelotão de elite feminino, os grupos de atletas amadores se divertiam em grupos de amigos. Alguns juntavam-se poses para fotografias e outros faziam os últimos ajustes nas fantasias para fazer bonito na pista de corrida. Entre eles estava Vânia Oliveira, 64 anos, uma dona de casa que resolveu enfrentar pela terceira vez o desafio de correr os 15 quilômetros da prova.

“Corro há oito anos e tinha a São Silvestre como um grande desafio, corri a primeira, a segunda e agora estou aqui na terceira e espero chegar até o final”, disse ela sorrindo em sua fantasia de palhaço. “Eu vim de palhaço porque essa corrida é mais uma festa, é um encontro de amigos.”

Rogério Favo, 38 anos, de Porto Alegre, veio a capital paulista para participar de sua segunda corrida e escolheu seu personagem preferido, o Chaves, do programa de humor da televisão mexicana. Ao lado dele, outro participante, Edson Carlos Mendes, 53 anos, fantasiou-se deTiririca, o humorista deputado federal. “Eu tinha sério problema de alcoolismo, mas graças a Deus e as corridas estou livre”, contou ele dizendo que começou nesse esporte em 1983.

Ainda no Metrô, a caminho da avenida Paulista, Valter Costa Júnior, de 46 anos, disse que estreou na São Silvestre há dois anos depois de uma aposta com os primos. “Quem falou que eu não conseguiria foi meu treinador da academia, porque eu estava meio gordinho”, lembrou.