Moro permite insultos contra Lula e provoca advogado do ex-presidente

Na última sexta-feira (16) o juiz Sérgio Moro aceitou ouvir como testemunha o ex-zelador do chamado “tríplex do Guarujá”. O depoimento foi realizado por vídeoconferência e o ex-zelador estava acompanhado por dois advogados. Sua oitiva foi marcada pelo desrespeito a Lula e ao advogado Cristiano Zanin, que representava o ex-presidente na audiência.

Moro no Senado - Agência Senado
O ex-zelador chegou a chamar Lula e Zanin de “bando de lixo” – deixando clara sua falta de isenção e seu objetivo de ofendê-los. Moro, ao invés de impedir que o ex-zelador continuasse os insultos, fez intervenções superficiais e, ao final, chegou a pedir “desculpas” à testemunha, sob o protesto de todos os advogados presentes. Terminado o depoimento, Moro passou a provocar Zanin, na clara expectativa de criar um incidente artificial e divulgar à imprensa como um “ataque da defesa de Lula”. Mas o advogado de Lula não caiu na armadilha de Moro.

Provocações de Moro:

Moro: “Vamos ver se não vai sofrer queixa-crime, ação de indenização, a testemunha, né, por parte da defesa”.

Zanin: “Depende… Quando as pessoas praticam atos ilícitos elas respondem por seus atos. Eu acho que é isso o que diz a lei”.

Moro: “Vai entrar com ação de indenização contra ela?”

Zanin: “O senhor está advogando para a testemunha?”

Moro: “Não sei, a defesa entra contra todo mundo, com queixa-crime, indenização”.

Zanin: “Eu acho que ninguém está acima da lei. Da mesma forma como as pessoas estão sujeitas a determinadas ações, as autoridades também devem estar”.

Moro: “Tá bom, doutor. Uma linha de advocacia muito boa”.

Zanin: “Faço o registro de Vossa Excelência e recebo como um elogio”.

Ouça o áudio: