Bresser diz que PEC é o desmonte do Estado social e defende diretas já

O ex-ministro da Fazenda e um dos fundadores do PSDB, o economista Luiz Carlos Bresser-Pereira afirmou em sua página nas redes sociais, que o governo promove o "desmantelamento do Estado social brasileiro", com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55.

Bresser-Pereira

"Torna-se cada vez mais claro para as classes médias moralistas que trocaram o governo Dilma ficaram por um governo muito inferior no plano moral. E a pesquisa de hoje do Datafolha mostra que o carro-chefe das suas reformas neoliberais, o teto fiscal, é fortemente rejeitado pela pelos brasileiros: 60% são contra; apenas 24%, favoráveis. Pesquisa de ontem também do Datafolha mostra que a popularidade de Lula voltou a subir fortemente", disse.

"Que governo é esse? Um governo de oportunistas que participaram durante treze anos dos governos do PT, nunca tendo adotado um programa ortodoxo-liberal, mas que agora o adotam de forma radical. Um grupo de políticos que aproveitou a crise econômica e política para prometer ao PSDB e às elites rentistas e financeiras um programa neoliberal através do documento, "Ponto para o Futuro", frisou.

Segundo Bresser, o governo Temer adota o "o critério neoliberal: supor que "o mercado" (um mecanismo milagroso) tudo coordena com perfeição, de forma que o governo nada tem a fazer no plano econômico senão cortar despesas, reduzir o tamanho do Estado, tirar direitos dos trabalhadores e dos pobres".

E indaga: "Quanto tempo durará esse governo?". Ele salienta que não acredita e nem quer que chegue a 2018. "As delações mostram que seus membros não recebem apenas doações no caixa 2: eles receberam também propinas, trocaram emendas ou obras por dinheiro. O aprofundamento da recessão mostra que o governo, ao invés de procurar superá-la, a aprofunda. Sua popularidade não para de cair", completa.

E finaliza defendendo a realização de diretas já. "Há 45 dias um jovem me convidou para participar de uma manifestação "Fora Temer". Eu disse a ele que compreendia a indignação dos jovens contra um governo que chegou ao poder violentando a democracia, mas com a minha idade e a minha responsabilidade eu não queria aprofundar a crise. Já não penso mais assim. A crise só se aprofunda; os prejuízos econômicos, sociais, e morais são cada vez maiores. O Brasil voltará a ser governado de maneira minimamente decente quando seu presidente for diretamente eleito pelo povo. Precisamos da renúncia de Temer e de eleições diretas já"