Caiado admite que golpe não deu certo e pede renúncia de Temer

A base aliada de Michel Temer começa a dar sinais de que não vai segurar o seu governo por muito tempo. durante debate da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 55, o líder do Democratas no Senado, Ronaldo Caiado (GO), disse que Temer deveria renunciar e chega a congitar eleições gerais.

Ronaldo Caiado - Assessoria

Um dos mais entusiastas defensor do impeachment e apoiador do governo Temer, Caiado admite que o golpe não deu certo e que, após a delação da Odebrecht que citou Temer e outros membros do governo, é preciso que o Executivo e o Legislativo verifiquem se ainda têm condições de governar e legislar. Do contrário, defende o senador, seria necessário um "gesto maior".

"Podemos chegar a um último fato para preservar a democracia, um gesto maior, para mostrar que ninguém governa sem apoio popular. Nesta hora, não podemos ter medo de uma antecipação do processo eleitoral, de maneira alguma", afirmou.

Apesar de se referir a Temer, Caiado tentou negar que estivesse falando sobre uma possível renúncia de Temer, mas não conseguiu sustentar a tese por muito tempo, evidenciando que o clima nos bastidores é de bomba-relógio.

"Não vou fulanizar. Mas acho que Temer saberá balizar esse momento. Ele deve ter a sensibilidade que não teve a presidente Dilma (Rousseff). Não é provocar as ruas e insistir em uma tese que não vai sobreviver. Ele precisa ter noção do que está sendo feito pelo governo e o que é aceito pela população", justificou.

Depois, Caiado voltou a dizer que não pedia uma renúncia de ordem pessoal de Temer e que nem tão pouco estava passando um recado, mas apenas fazendo uma "reflexão" sobre os rumos do país.