Fugindo de protestos, Temer diz não se importar com a impopularidade 

Com um pacote de maldades que tenta impor por meio da reforma da Previdência, em que para se aposentar o trabalhadores deverá ter contribuído por pelo menos 49 anos, Michel Temer fez um discurso nesta sexta-feira (9), para dizer que o remédio é amargo, mas necessário.

Michel Temer - Beto Barata/PR

Em entrevista coletiva após participar de cerimônia de inspeção e assinatura de atos na Barragem de Jucazinho, município pernambucano de Surubim, Temer afirmou que as mudanças propostas pelo governo para a reforma da Previdência podem ser “impopulares” agora, mas, no futuro, serão consideradas “populares” ter acabado com a Previdência.

“São, não são impopulares. São impopulares hoje, para serem populares amanhã, esta é a grande verdade", disse ele, que se escondeu no Aeroporto Oscar Laranjeiras, em Caruaru, para fugir dos protestos. De lá, partiu em um vião presidencial por um helicóptero e partiu para o município de Surubim.

Questionado sobre os protestos que vai enfrentar por conta de tais medidas, Temer disse que é “uma coisa boa” e que a reforma como está é “indispensável”.

“Podem ser impopulares hoje, mas serão populares amanhã. Não tenho a menor dúvida disso. Elas são, isto sim, indispensáveis e esta indispensabilidade vai se revelando pouco a pouco, especialmente com o apoio do Congresso Nacional e com o apoio que, certa e seguramente, nós teremos de vários setores sociais”, afirmou Temer, que finge não saber do descontentamento das centrais sindicais e outros movimentos sociais.

“Não tenho a menor dúvida disso. Elas são, isto sim, indispensáveis e esta indispensabilidade vai se revelando pouco a pouco, especialmente com o apoio do Congresso Nacional e com o apoio que, certa e seguramente, nós teremos de vários setores sociais”, concluiu.

Nesta quinta (8), lideranças das principais centrais sindicais do país se reuniram em São Paulo para debater o projeto de reforma da previdência do governo federal. Ao final, todos os dirigentes manifestaram-se contrários à proposta de reforma da Previdência que foi encaminhada ao Congresso pelo governo Temer.

Enviada ao Congresso na última segunda-feira (5), a proposta de emenda à Constituição da reforma da Previdência prevê, entre outros pontos, uma idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se aposentarem e tempo mínimo de contribuição de 25 anos. No entanto, para aposentar-se com o benefício integral, o trabalhador precisará contribuir por 49 anos.

As novas regras, se aprovadas, valerão para homens com idade inferior a 50 anos e mulheres com menos de 45 anos.