Trabalhadores das IFEs aprovam retorno ao trabalho para o dia 15
Depois de 46 dias de greve, os/as trabalhadores técnico-administrativos/as em educação (TAEs) das Instituições Federais de Ensino do estado de Goiás, aprovaram o retorno ao trabalho no dia 15 de dezembro em assembleia geral da categoria realizada na manhã de hoje (09). A decisão acompanha a orientação do Comando Nacional de Greve (CNG) da FASUBRA, que agora irá aguardar as respostas dos sindicatos em todo o país para que a decisão seja unificada em todo o país.
Publicado 09/12/2016 15:22 | Editado 04/03/2020 16:43
Apesar da definição sobre o término do movimento paredista, a categoria continua mobilizada para a realização de um ato político no dia 13 de dezembro, data da segunda votação, no Senado, da PEC 55/16. O objetivo é concentrar força capital e realizar uma manifestação conjunta com outras categorias e centrais sindicais para pressionar os senadores goianos a barrarem o projeto.
Foi aprovado também que a categoria se mantenha em mobilização constante, para que os retrocessos apresentados pelo governo Temer sejam enfrentados e derrotados.
A greve
A greve dos TAEs em 2016 teve duas características que a diferenciaram dos movimentos anteriores. A primeira delas é que a greve não foi motivada por um aumento salarial ou alterações na carreira, mas sim com o objetivo claro de barrar a PEC 55/16, que congela investimentos em educação, saúde e programas sociais por 20 anos. Essa medida, na prática, vai inviabilizar o funcionamento dos serviços públicos.
A segunda é que, diferente das greves de 2015 e 2014, essa foi deflagrada por tempo determinado, enquanto durar a tramitação da PEC. Sobre a duração, o CNG avalia que, mesmo se a proposta for aprovada pelo Congresso, o movimento cumpriu um papel importante de acumular forças para o próximo período, conforme consta em seu Informe de Greve publicado na noite de ontem:
“Para termos clareza do momento da Greve é necessário avaliarmos 03 cenários:
a) a PEC é aprovada,
b) a PEC fica para 2017, e
c) a PEC é rejeitada ou arquivada.
Independente do resultado desses cenários, a categoria deve incorporar em sua análise que a Greve Nacional da FASUBRA cumpriu com seu papel, pois ousou confrontar o poder do governo e teve respaldo importante de vários setores, tal como a ANDIFES. Em todo enfrentamento há o momento de recuo estratégico, para reorganizar as ações, acumulando forças para os próximos embates. Em todos cenários acima apontados, o momento conjuntural impõem a necessidade de acumular forças para 2017.” (Para ter acesso ao IG completo, clique aqui)
Os TAEs aprovaram ainda uma série de resoluções com o objetivo de fortalecer o movimento, tanto dentro da categoria, quanto da comunidade universitária da UFG, do IFG e do IF Goiano. Seguem abaixo as resoluções aprovadas.
1 – Mobilizar a categoria para participar de ato em Goiânia no próximo dia 13, conforme orientação da Fasubra e outras entidades nacionais;
2 – Indicar para as demais entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais que forem participar de atividade em Goiânia para construir um ato unitário;
3 – Concentração na Praça do Bandeirante, às 14h, com um velório da morte dos direitos sociais e depois seguir em cortejo fúnebre, com caixão, carro de funerária, etc, até a Assembleia Legislativa de Goiás, onde encerraria com um ato político conjunto com entidades sindicais dos servidores estaduais;
4 – Apoiar financeiramente o DCE, a UNE, UEE e outras entidades estudantis que solicitarem ajuda para promoverem caravana a Brasília no dia 13;
5 – Viabilizar financeiramente a vinda da categoria e de entidades estudantis que desejarem participar do ato político em Goiânia;
6 – Realizar nova assembleia no dia 14, quarta feira, em local a definir;
7 – Retorno ao trabalho no próximo dia 15, quinta feira, conforme indicativo do CNG/Fasubra;
8 – Participação do Comando Geral de Greve e a categoria em geral em duas atividades na segunda feira, as 9h: a) reunião com o Reitor em exercício do IF Goiano, na Reitoria; b) do ato de solidariedade à companheira Thaisa, da FEFD, que está sendo perseguida pelo governo estadual;
9 – Empenhar para evitar punições, perseguições e corte de ponto da categoria por participação no movimento de greve;
10 – Reorganizar no pós greve o dialogo com professores, estudantes e a sociedade para ampliar e fortalecer o debate e luta contra as medidas do governo;
11 – Indicar ao CNG/Fasubra que substitua a proposta de manutenção do estado de greve por mobilização permanente da categoria, para manter o dialogo com os reitores em aberto.
Fonte: SINT-IFESgo