Marcelo Rezende é condenado por ofender petroleiros no Cidade Alerta

A juíza Simone Gastesi Chevrand, da 25ª Vara Civil do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, condenou o jornalista Marcelo Rezende e a Rede Record de Televisão, na última sexta-feira (25), a indenizar os trabalhadores da Petrobras em R$ 200 mil por danos morais coletivos, após chamá-los de "bandidos arrumados" durante uma edição do programa policial Cidade Alerta.

Marcelo Rezende é condenado por ofender petroleiros no Cidade Alerta - Reprodução

As acusações feitas por Marcelo Rezende foram ao ar em 12 de maio de 2015, quando ele comentou uma reportagem sobre impunidade e, de forma leviana, ofendeu os petroleiros em cadeia nacional com a seguinte declaração: "(…) o cara pode dar sorte, se ele for um bandido mais arrumado vai trabalhar na Petrobras".

As declarações do jornalista foram repudiadas pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que ingressou com ação por danos morais coletivos contra ele e a TV Record. "O direito à liberdade de imprensa é amplo, mas não admite abusos", ressaltou a federação na ação, destacando que "a reparação civil, por si só, não tem o condão de suprimir ou mesmo minimizar a lesão ocasionada, uma vez que atingiu a integridade e a honra de uma categoria inteira de profissionais".

Em sua sentença, a juíza afirmou que a declaração feita por Rezende foi "caluniosa e absolutamente despropositada", destacando que o que se verifica "é a maledicência lançada em caráter nacional, desvinculada do legítimo propósito de informar". A Ação tramita na 25ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, sob o número 0242621-98.2015.8.19.0001.

Os valores referentes à indenização serão revertidos à Petros, Fundo de Pensão dos trabalhadores, aposentados e pensionistas do sistema Petrobras. Além disso, a TV Record e o jornalista têm prazo de 24 horas para se retratar em cadeia nacional.

A FUP espera que a condenação sirva, não só, para reparar as ofensas que os petroleiros vêm sendo rotineiramente vítimas por parte da mídia corporativa, como, principalmente, para que os veículos da mídia tradicional passem a exercer com responsabilidade a sua função.

"Precisamos dar um basta aos ataques da mídia que, em sua sanha de desmoralizar a Petrobras, transformou os petroleiros em alvo de calúnia, injúria e difamação. É inadmissível o que a imprensa vem fazendo, ao tentar confundir a opinião pública com o objetivo escuso de criar na sociedade o sentimento de que na Petrobras só tem corrupto. Os trabalhadores não podem ser criminalizados por erros cometidos pelos gestores que roubaram a empresa", afirma o diretor de assuntos jurídicos da FUP, Leornardo Urpia.