Líder do PCdoB defende saída de Temer e eleições diretas

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida, disse que a renúncia do ministro Geddel Vieira Lima não será capaz de sanar a grave crise política que se encontra o país. Para ele, o episódio denunciado revela que o núcleo do governo, no Palácio do Planalto defende projetos pessoais, o que corresponde a um grave crime.

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Conterrâneo de Geddel, Daniel comentou que as artimanhas do agora ex-ministro são conhecidas há tempos pelos baianos. No cenário nacional, o então deputado federal Geddel ficou conhecido como um dos anões do orçamento. Em 1993, a CPI dos Anões do Orçamento investigou 37 parlamentares por envolvimento em esquemas de fraudes na Comissão de Orçamento do Congresso Nacional. Os envolvidos roubaram mais de R$ 100 milhões públicos, com esquemas de propina, para favorecer governadores, ministros, senadores e deputados. O desvio era feito de emendas do Orçamento da União para entidades fantasmas.

“Fica claro que este governo está inviabilizado”

Para Daniel, as denúncias que pairam sobre Geddel, Padilha e Michel Temer são tão graves que podem tirar o próprio presidente da república. “O momento é de uma reflexão profunda para sanar uma crise que já é institucional e devolver à soberania popular para a decisão em relação à presidência da república”.

Eleições diretas

O deputado comunista recomendou que o presidente Temer tome a decisão de sair do governo para permitir que o povo possa voltar a se posicionar sobre a presidência da república. “Em nome das forças democráticas do país vamos nos mobilizar para resgatar o processo democrático brasileiro. Temer não tem condições de liderar este processo”, destacou Daniel.

Crime de responsabilidade

Para a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) todo esse imbróglio escandaloso mostra as entranhas e os métodos deste governo ilegítimo que comete crime de responsabilidade.

“A demissão do Geddel é uma tentativa de salvar o presidente Temer que está completamente implicado com a circunstância e comete crime de responsabilidade, colocando o Brasil nessa insegurança jurídica cotidiana. Lamentavelmente, o Brasil está achincalhado nos ambientes internacionais e encontra-se, neste momento, envolvido em um processo ilegítimo e desmoralizante na política, destacou a deputada.

“Espero que esta lição sirva de estímulo ao povo nas ruas para pedir eleições diretas e o impeachment do Temer”.

“Está chegada a hora do Brasil voltar à legalidade democrática. Não vamos permitir que esse período de ilegitimidade seja estendido no Brasil”, afirma.