Dirigente da Força Sindical vê composição do Conselhão desfavorável

A experiência do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão, criado por Lula, em 2003) é boa e deve ser valorizada. Mas o órgão de assessoramento da presidência da República precisa ser mais amplo e dar espaço para o contraditório.

Conselhão Temer - Beto Barata/PR

 A avaliação é de João Carlos Gonçalves (Juruna), secretário-geral da Força Sindical, que representa a entidade no Conselho. Em entrevista à Agência Sindical, ele conta: “Eu propus ao ministro Padilha que o governo chame todas as Centrais e abra espaço ao contraditório, pra que haja debate e diferentes pontos de vista”. Atualmente, participam Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB.

 
Para Juruna, sem esse equilíbrio, o Conselhão tende a ser homologador de decisões do governo. Ele observa: “A representação patronal é forte e isso amplia no Conselho as vozes dos que são favoráveis a reformas ou que ali só defendem seus negócios e interesses”. Segundo o dirigente forcista, “muitos desses participantes são totalmente pró-reformas, reformas nocivas aos interesses dos trabalhadores e do movimento sindical”.
 
Logo após o encontro do Conselho, segunda (21), em Brasília, formaram-se grupos de trabalho temáticos. A próxima plenária deve ocorrer em março. O Conselho não é experiência brasileira, apenas, pois outros países adotam modelos parecidos. Para o secretário-geral da Força, o momento nacional pede mais diálogo e debate. “O desgaste do Congresso e dos partidos pode ser compensado com mais órgãos de participação da sociedade, como o Conselhão”, afirma.