Socorro Gomes: Assembleia da Paz reforça esperança anti-imperialista

O Conselho Mundial da Paz (CMP) realizou no Brasil, pela primeira vez, a sua Assembleia e Conferência Mundial da Paz, em São Luís do Maranhão, em 18 e 19 de novembro de 2016. Na ocasião, a presidenta Socorro Gomes e o secretário-geral Thanassis Pafilis foram reeleitos. Socorro avalia os debates e as conclusões do mais alto órgão da entidade internacional, em declarações ao Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), o anfitrião dos eventos.

Socorro Gomes - Cebrapaz

“A Assembleia Mundial da Paz de 2016 deu-nos a convicção de que estamos no caminho correto, quando o CMP reafirma a necessidade de fortalecer e ampliar a união das forças anti-imperialistas em torno da bandeira da paz. Este é o único caminho para derrotarmos a militarização do planeta, a opressão, as guerras e as ameças de guerra contra as nações e os povos,” afirma a presidenta reeleita.

A Assembleia foi seguida da Conferência Mundial da Paz, aberta ao público, que reuniu mais de 400 pessoas e ofereceu falas de convidados de diversos países, com foco na militarização do planeta, na luta anti-colonial e na resistência dos povos à opressão e ao imperialismo.

Os eventos trouxeram a São Luís, declarada a Capital Mundial da Paz durante estes dias, mais de 60 delegados e convidados de quase 40 países, de organizações que integram ou que são amigas do CMP, representantes diplomáticos e parlamentares e a participação massiva do Cebrapaz, com delegados de cerca de 15 estados.

A última Assembleia Mundial da Paz havia acontecido no Nepal, em 2012. Socorro foi eleita presidenta pela primeira vez em 2008, na Assembleia de Caracas, Venezuela.

Socorro acredita que os debates e o balanço das atividades do CMP mostraram “a possibilidade real, a esperança concreta de que podemos vencer esse período de terror e de trevas.”

Desde a última Assembleia até hoje, continua a presidenta do CMP, “o imperialismo estadunidense e seus aliados da União Europeia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) têm promovido a guerra, as agressões e o terror, armando e mantendo as forças terroristas que destruíram o Iraque, a Líbia e estão num processo, há mais de cinco anos, buscando destruir a nação árabe síria, e que espalha o terror em todo o mundo, inclusive no continente americano e no europeu.”
Para Socorro, este quadro é definido, justamente, pelo “terror, a agressão ilimitada e os gastos exorbitantes com a indústria bélica e com as guerras – consumindo 2,3% do PIB mundial –, o avanço e a modernização dos instrumentos letais e a transformação do mundo e da humanidade em inimigos das grandes potências.”

No entando, a presidenta destaca a “crescente reação e o processo intensificado de fortalecimento da consciência dos povos na sua união, nos elementos da solidariedade e na luta, como forma de vencer o imperialismo, vencer o terrorismo e construir um mundo de paz.”

“Essas duas vertentes são visíveis por um lado, na luta firme do povo sírio para defender a sua nação e na resistência do povo palestino contra as políticas genocidas do Estado sionista de Israel junto com os EUA.”

São visíveis, por outro lado, “também no leste europeu, com o golpe de caráter fascista na Ucrânia; na África, com as bases militares e o Comando África dos Estados Unidos (AFRICOM), na busca por saquear riquezas, dominar os povos e destruir nações soberanas, nas mais de 860 bases militares esparramadas por todos os continentes.”

Tudo isso, conclui Socorro, “é uma preparação para a guerra, o que nos coloca a grave preocupação com os destinos da humanidade e a necessidade de fortalecermos a cultura da paz, os movimentos e as campanhas do Conselho Mundial da Paz pelo desmantelamento dos blocos político-militares – como a OTAN, que é uma máquina de destruição e guerra –, o desmonte das bases militares estrangeiras nos países soberanos e das frotas da Marinha de guerra estadunidense e que ameaçam povos e nações. Precisamos enfrentar esses desafios e estarmos à altura para fortalecer a unidade e o Conselho Mundial da Paz.”

Por isso, Socorro Gomes enfatiza a relevância da Declaração Final adotada pelo CMP na Assembleia Mundial da Paz: o texto baseia-se, “de forma muito vigorosa, na convicção de que é necessário fortalecer o movimento anti-imperialista, contra as guerras e pela paz, contra o colonialismo, a opressão, as ameaças e o terrorismo, que tem assolado e levado os povos a um sofrimento inaudito, com milhares de desterrados buscando um lar, um lugar para viver em paz.”

Inspirados pelas “nações heroicas, como a Palestina, a Síria e os povos de todos os continentes, que resistem às ações do imperialismo,” conclui Socorro, “temos a convicção de que é necessário fortalecermos a solidariedade entre os povos na luta pela paz, para vencermos o imperialismo e construirmos uma paz duradoura entre os povos e nações.”