Em Porto Alegre, manifestantes saem às ruas contra 1,2 mil demissões

Manifestantes concentraram-se em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre, nesta terça-feira (22) condenando o pacote de cortes ofertados pelo governador José Ivo Sartori (PMDB-RS) que prevê a demissão de cerca de 1,2 mil servidores, além da a extinção de 11 órgãos ligados ao Executivo – nove fundações, uma companhia e uma autarquia – e a redução no número de secretarias, que passa de 20 para 17, com três fusões.

Manifestantes saem às ruas contra demissões do governo Sartori - Mídia Ninja

O governo estadual passa por uma grave crise financeira, com nove parcelamentos salariais consecutivos em 2016 e sem confirmação de que poderá pagar o 13º do funcionalismo público em 2016. Em 2015, o saldo de final de ano já havia sido parcelado, ou adiantado por meio de empréstimo bancário no qual o servidor arcava com os juros e taxas bancárias, jogando a responsabilidade da recessão no bolso do trabalhador. 

Em sua fala de apresentação do pacote de medidas, ocorrida nesta segunda-feira (21), no Palácio Piratini, o governador Sartori citou uma das principais defensoras do neoliberalismo e do Estado mínimo, a ex-primeira ministra britânica Margaret Thatcher, para justificar as propostas. “Não existe dinheiro público, existe apenas dinheiro dos pagadores de impostos e das famílias”, afirmou.

As referências à ideologia do Estado mínimo, defendida e praticada por Thatcher, apareceram em vários momentos da fala do governador Sartori. “Tudo o que não dialogar com o propósito de servir as pessoas não deve onerar os cofres públicos”, afirmou, excluindo dessa categoria serviços prestados por entidades como a TVE, a FM Cultura, a Fundação de Economia e Estatística (FEE), a Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec), a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde e a Fundação Zoobotânica, entre outras entidades.

Após quase dois anos de governo, Sartori disse que o Rio Grande do Sul vive uma situação de “calamidade financeira” e definiu as medidas neoliberais apresentadas como caminho para “um novo Estado” e “um novo futuro”.