Educador critica MP do Ensino Médio e defende mais verba para o setor 

“O Congresso precisa rediscutir o orçamento para definir que Brasil queremos.” Com essa declaração, o representante do Instituto Federal do Paraná, Rodolfo Fiorucci, se somou às vozes contrárias à Medida Provisória de reforma do ensino médio proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer. Na reunião da comissão mista que analisa a matéria, nesta quarta-feira (16), Fiorucci criticou a proposta que, segundo ele, só muda o currículo. 

Educador critica MP do Ensino Médio e defende mais verba para o setor - Agência Câmara

Ele ressaltou que em países como Coreia, Alemanha e Portugal, que motivam a medida do Executivo, os investimentos maciços na educação pública foram políticas de Estado durante décadas. E defendeu que o patamar de investimentos nos institutos federais de educação fosse referência para todos os níveis de educação.

O educador afirmou ser favorável a uma reforma no ensino médio, mas criticou a maneira como é proposta, “sem mudar mais do que o currículo. Porque não adianta mudar o currículo, se você não muda a estrutura da educação”, explicou.

Segundo ele, é necessária uma mudança estrutural, sobretudo para valorizar os professores. Para Fiorucci, "as melhores cabeças" não vão para a educação. "Só as pessoas que não passaram em outras profissões ou vestibulares acabam indo para a educação, pois foi o que sobrou."

Incertezas

Contrário à reforma por meio de Medida Provisória, o deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) acredita que o corte de gastos públicos traz incerteza para a área da educação. Segundo ele, no seu estado existem mais de três mil escolas, porém, os investimentos programados para 2017 abarcam apenas 10% desse total.

No debate em que foram convidados representantes de instituições federais para debater a reforma do ensino médio, a presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ângela Maria Paiva, evitou opinar sobre a medida, mas informou que as 63 instituições por ela representadas devem se posicionar sobre a reforma até 14 de dezembro.