Trabalhadores reforçam unidade e confirmam atos para o dia 25

Em reunião nesta quarta-feira (16) na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em São Paulo, representantes das principais centrais sindicais brasileiras confirmaram os atos do dia 25 contra as reformas trabalhista e da previdência de Michel Temer. A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55 que congela gastos públicos por 20 anos também é alvo das manifestações.

Por Railídia Carvalho

balões centrais - portal CTB

A proposta das centrais é que os trabalhadores brasileiros paralisem por uma hora as atividades no dia 25. O protesto tem endereço certo, que é atingir os principais objetivos do governo Temer: a reforma da previdência e a PEC 55. 

Para Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a adesão aos atos mostra que o trabalhador começa a perceber os prejuízos que as medidas do atual governo podem trazer às conquistas sociais e trabalhistas.
Protestos unitários
Além da PEC 55, a pauta dos protestos inclui a denúncia da reforma trabalhista que pretende tirar direitos do trabalhador e a luta em defesa do emprego. A consequência da crise política e econômica é a perda de postos de trabalho, que somam no país 12 milhões de desempregados.
 
“O que une as centrais é a pauta trabalhista. É fundamental trilhar no caminho da unidade e da construção de uma agenda unitária de lutas. Vamos dar uma grande sacudida já que o dia 11 foi de alguma forma surpreendente diante da abrangência de categorias que aderiram aos protestos naquela ocasião”, afirmou Adilson.
Segundo o dirigente, o momento atual exige maturidade das centrais. “A unidade foi determinante para a conquista da política de valorização do salário mínimo.  As marchas e caravanas que realizamos em Brasília não foram em vão. E foi compreendendo o papel da unidade das centrais sindicais que os trabalhadores conseguiram mudanças substanciais por mais de uma década”, exemplificou Adilson.
Nas costas do trabalhador
O objetivo dos atos do dia 25 é o diálogo com o trabalhador no próprio local de trabalho, no chão de fábrica. Após as paralisações pela manhã, as centrais realizarão um ato político em frente à sede do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS), no viaduto Santa Ifigênia, no centro de São Paulo. Os dirigentes também trabalham com o fortalecimento dos atos visando uma futura greve geral. 
 
Para João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, o momento é de vigilância. “O que interessa é ganhar os trabalhadores em sua base para o debate sobre a reforma trabalhista e previdenciária. Temos que estar vigilantes para não perder direitos.”
De acordo com Juruna, a mobilização do dia 25 é a continuidade de várias mobilizações que têm sido realizadas por diversos segmentos de trabalhadores. Ele citou a paralisação dos metalúrgicos em setembro e também a série de atos pela redução dos juros. Assim como Adilson, ele ressaltou ainda a boa participação dos trabalhadores nos protestos do dia 11.
“Se há que ter reforma nós temos certeza e é uma reforma para acabar com privilégio de juízes, desembargadores e daqueles que acabam usufruindo da contribuição que os trabalhadores dão no dia a dia para a Previdência”, defendeu o sindicalista da Força.
Mídia à serviço da precarização
Nesta terça-feira (15), a União Geral dos Trabalhadores (UGT) reafirmou em nota o compromisso exclusivo com as causas dos trabalhadores. “Nunca praticou e nunca praticará o governismo. Nossa luta é pela ampliação e manutenção dos direitos e garantias dos trabalhadores e da cidadania em geral”, informou nota assinada pelo presidente da entidade, Ricardo Patah.
 
Matéria veiculada no jornal O Estado de S. Paulo noticiou que o governo Temer tentou através da destinação de verbas e cargos governamentais dividir o movimento sindical e a resistência às reformas da previdência e trabalhista.
Adilson Araújo afirmou que as centrais saíram fortalecidas desse episódio e vem demonstrando maturidade. Na semana anterior, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, mencionou que a imprensa estava “louquinha” para que os atos do dia 11 tivessem fracassado. 
Sob a ótica da imprensa do monopólio que defende a precarização de direitos, os atos do dia 11 foram narrados sob a interpretação da criminalização do movimento sindical. De outro lado, o balanço feito pelo movimento sindical e social foi positivo e, como afirmou Adilson, surpreendente. 
“A expectativa é muito boa para acumular forças na perspectiva de construir uma greve geral. A imprensa tem agido como um partido e quer jogar na divisão do movimento. A gente precisa formar junto para combater essas ações que tentam fragilizar o movimento sindical e a unidade das centrais”, ressaltou o presidente da CTB.

Participaram da reunião representantes da CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central, CTB, Intersindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil e CSP-Conlutas.

SERVIÇO
Ato político do Dia Nacional de Lutas manifestações e paralisações
Dia: 25 de novembro
Hora: 11h
Local:  Prédio da Superintendência Regional do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) – Viaduto Santa Ifigênia, 266