Maria Rita Kehl: Lula abalou o conformismo frente à desigualdade

A psicanalista e escritora Maria Rita Kehl, uma das personalidades que assinaram o documento em defesa de Lula e da democracia na última quinta-feira (10), não teve como comparecer ao ato de lançamento da campanha, realizado na noite de ontem em São Paulo.

Maria Rita Kehl - UNE

Apesar disso, a escritora, vencedora do prêmio Jabuti com o livro "O Tempo e o Cão – A Atualidade das Depressões", fez questão de enviar ao ex-presidente sua mensagem de solidariedade e apoio na luta pela redução das desigualdades e injustiças sociais que restam no país. Leia abaixo:

"Os que condenam o presidente Lula sabem muito bem que ele não é corrupto. O crime imperdoável que ele cometeu foi abalar de uma vez por todas o conformismo da sociedade brasileira frente à miséria, à desigualdade, às injustiças sociais. Seus oito anos de governo não foram suficientes para erradicar essas três doenças sociais com as quais o povo brasileiro tinha se acostumado a conviver, quase conformado. Mas evidenciaram a falta de vontade política, a falta de coragem e de senso de justiça social características de todos os governos anteriores."

"Os que condenam o presidente Lula não perdoam a maré de esperança e de engajamento, mobilizada durante seus dois mandatos. A condenação injusta do presidente Lula nos confronta com a mais grave forma de miséria que vitima a sociedade brasileira: a miséria da falta de sensibilidade, de solidariedade e de generosidade das nossas elites."