Adilson Araújo: Protestos são resposta clara a este governo ilegítimo

O país viveu nesta sexta-feira (11) um dia de intensos protestos e paralisações em pelo menos 19 estados brasileiros, reunindo variadas categorias como bancários, metalúrgicos, petroleiros, químicos, professores e servidores, liderados pelas principais centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. 

Adilson Araujo protestos contra medida de temer 11 de novembro - CTB

Na opinião do presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), os atos são um recado claro da classe trabalhadora às reformas trabalhista e da Previdência Social, que retiram direitos, e à Proposta de Emenda Constitucional 55 (antiga PEC 241, aprovada recentemente na Câmara dos Deputados).

À medida que os esforços do governo ilegítimo em aprovar seu modelo ultraliberal e excludente ganham força em suas bases no Congresso, o repúdio a ele também parece crescer junto aos trabalhadores e trabalhadoras, como observou Adilson Araújo ao fazer um balanço dos movimentos desta sexta-feira. 
 
"O dia hoje foi surpreendente! A classe trabalhadora vai tomando ciência de que está em curso uma agenda extremamente neoliberal, que quer cortar direitos da CLT e rasgar nossa Constituição. E por isso levantou muito cedo e deu uma resposta à altura do que este governo ilegítimo merece", afirmou, durante ato na praça da Sé, no final da tarde.
 
A PEC 55, apelidade de PEC da Morte, do Fim do Mundo, da Maldade ou dos Ricos, muda a Constituição brasileira e determina um congelamento dos investimentos sociais por 20 anos. O objetivo de se lançar mão de uma medida tão radical seria reorganizar as contas do país – razão que é derrubada por 9 em 10 economistas, que vêm benefícios apenas ao mercado financeiro e ao pagamento dos juros da controversa dívida pública brasileira.
 
Com a chegada à pauta desta proposta, os trabalhadores passaram a ter um motivo a mais para repudiar as manobras do governo, que vêm sendo ratificadas também pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que já restringiu o direito de greve do funcionalismo público, aprovou o negociado sobre o legislado e quer implantar a todo custo a terceirização de forma generalizada. "Esta resistência cresce para combater o desemprego, unificar a força da classe trabalhadora e barrar o retrocesso", diz Araújo.
 
Rumo à greve geral 
 
Para o presidente da CTB-SP, Onofre Gonçalves, o saldo do dia foi muito positivo, com a adesão de diversas categorias, e correpondeu à proposta do movimento sindical de resistência ao desmonte promovido pelo governo golpista de Michel Temer.
 
"Todo setor de transporte parou no início da manhã. Os companheiros da Sabesb pararam 30 unidades, os metalúrgicos pararam a (rodovia) Anchieta, e outras cidades no estado tiveram paralisações e protestos. E para o dia 25 vamos preparar um novo ato. Assim, vamos construindo junto aos trabalhadores o movimento rumo à greve geral", diz ele. 
 
Trabalhadores da educação 
 
Professores, estudantes e educadores se somaram aos atos desta sexta-feira (11), em São Paulo, com a presença de dirigentes e profissionais ligados à Apeoesp e ao Sedin (Sindicato Trabalhadores em Estabelecimento de Educação Infantil do Município de São Paulo), entre outras entidades.