Serra diz que é importante respeitar o voto; não aqui, nos EUA

Ao comentar a vitória do republicano reacionário Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos nesta quarta-feira (9), o ministro das Relações Exteriores do governo ilegítimo de Temer, José Serra, do PSDB, comentou sobre a importância de se respeitar o resultado da eleição, americana. "Nas democracias, as decisões do eleitorado se respeitam e se cumprem", disse aos jornalistas.

Jose Serra - Valter Campanato/Agência Brasil

Comentário louvável na boca de qualquer outro, mas uma piada de mau gosto ou subestimar a inteligência dos que sabem que ele foi um dos principais articuladores do processo que culminou no golpe institucional da presidenta Dilma Rousseff, eleita por 54 milhões de votos dos brasileiros nas eleições de 2014.

O partido de Serra, o PSDB, liderou todo o processo com intuito de derrubar a presidenta logo depois de declarada a vitória de Dilma nas urnas. Com a ajuda da grande mídia, ela foi bombardeada pelo PSDB que conseguiu um aliado fundamental para o êxito do golpe, o PMDB do vice-Michel Temer e Eduardo Cunha, então presidente da Câmara dos Deputados que completaram o golpe.

Sobre vitória de Trump

Recordista em declarações atrapalhadas, José Serra havia declarado em entrevista em julho deste ano que a "eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos seria um pesadelo", após a vitória de Trump, em coletiva de imprensa ele tentou amenizar as declarações dadas dizendo que "a gente só tem pesadelo dormindo". Assim tentou explicar o inexplicável: que como não dormiu, não virou pesadelo. 

“Não foi pesadelo, porque eu passei acordado. A gente só tem pesadelo dormindo. Agora, tendo o resultado da eleição em um sistema democrático, nós vamos olhar o interesse do nosso país. E fazer votos para que ele [Trump] se saia bem e abra posições positivas em relação ao mundo, à América Latina e ao Brasil”, disse, desconsiderando também o posicionamento protencionista e anti-latino de Trump.