Jandira denuncia arbitrariedades do governo Temer contra estudantes 

Em discurso no Plenário da Câmara, na noite desta terça-feira (8), a líder da Minoria, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), criticou as medidas apresentadas pelo presidente ilegítimo Michel Temer para apreciação no Congresso e as ações autoritárias e violentas contras os estudantes nas manifestações contrárias às medidas golpistas. “É inaceitável! Eu quero registrar a nossa indignação, o nosso protesto e a nossa denúncia de forma amplificada no microfone desta tribuna”, discursou a deputada.

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“O governo insiste em tratar temas que exigem complexidade de debate por meio de medida provisória, como fez com a mudança do ensino médio. E, quando as pessoas reagem a esses crimes contra a vida, contra o futuro do país e contra o futuro da educação, quando reagem à impossibilidade de ter recursos de tributos pagos pelo povo devolvidos em serviço, vêm a repressão, a acusação e a tentativa de criminalização dos movimentos sociais e das entidades que os representam”, destacou Jandira.

E alertou que “nós continuaremos reagindo a essas ações. Nós precisamos acabar com essa posição racista, de guerra contra pobre e de criminalização de movimento social que ocorre hoje no Brasil, fortalecida por esse ambiente de intolerância, de ódio, de não aceitação da opinião divergente e de não aceitação da luta”.

Ela destacou que a ocupação de mais de 1.100 escolas neste país é pacífica, preserva o patrimônio, cuida da limpeza, constrói debates e rodas de conversa sobre a educação no Brasil e tem o apoio amplo da sociedade brasileira, não apenas do mundo político, mas também do mundo artístico e de outros movimentos sociais.

A parlamentar avalia que, para se contrapor ao movimento pacífico dos estudantes, as forças reacionárias e fascistas do país, que ganharam fôlego com o golpe parlamentar que retirou a presidenta eleita do cargo, representadas por alguns juízes, policiais e o chamado Movimento Brasil Livre, usam de violência e tortura.

Escolas são dos estudantes

Engrossando o coro dos que apoiam o movimento dos estudantes, Jandira destaca que a escola é dos alunos e dos estudantes, que contam com o apoio dos professores. E desmente o ministro da Educação, que afirmou que o adiamento do Enem ocorreu em alguns locais por causa da ocupação.

“Isso é mentira, ministro! O senhor mente quando diz isso, porque, onde houve diálogo, o Enem aconteceu, como em Minas e no Maranhão. Por meio do diálogo, as coisas se resolvem”, afirmou a deputada.

Para Jandira Feghali, “o que o ministro da Educação quer é fazer com que a sociedade se volte contra esses meninos, é colocar estudantes contra estudantes, é colocar a sociedade criminalizando esses movimentos dos estudantes brasileiros”.

Fraude no Enem

E indagou ao governo sobre as providências que foram adotadas com relação à fraude do Enem: “Isso, sim, é preocupante! Isso é permitir que alguns alunos da elite, que não querem estudar, coloquem um ponto no ouvido e cometam fraude ao realizar a prova, ponto este cedido, certamente, por alguém do Ministério que deixou vazar a informação da redação”.

Ao mesmo tempo criticou a tentativa do governo de tentar multar a UNE, Ubes e a UJS pelo adiamento do Enem. “O ministro de Estado querer multar a União Nacional dos Estudantes, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas e a União da Juventude Socialista por um adiamento que foi uma decisão dele é algo absolutamente descabido”.

A parlamentar também criticou a invasão pela polícia de São Paulo na Escola Nacional Florestan Fernandes, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que fazia um curso de cultura popular com 40 alunos estrangeiros. “Invadiram a escola com tiro, tentando dizer que aquilo era uma organização criminosa.”